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110 Anos da Imigração Japonesa: A maior Colônia Nikkei do Mundo está no Brasil

 

Sobre o Japão

Situado no Oceano Pacifico e localizado no extremo leste do continente asiático encontramos a terceira maior economia do Mundo. Formado por um arquipélago, possui uma área de 377.899 km², com uma população de 127,3 milhões de pessoas.

O Japão é um dos principais países no cenário econômico global, alem de ser referência internacional em educação e desenvolvimento cientifico.

 

A Imigração Japonesa

No dia 18 de junho de 1908, aportou o primeiro navio Japonês, no porto de Santos, em São Paulo, o navio trouxe 165 famílias para o Brasil, não somente as famílias, mas suas historias, suas lutas e a esperança de vencer no outro lado do mundo.

A maior parte dos japoneses eram camponeses, vindos das províncias do Sul e do Norte do Japão, essas famílias vieram para trabalhar nas plantações de café em São Paulo, Borracha na Amazônia e pimenta no Pará.

O consulado japonês informou que o numero estimado de brasileiros com ascendência japonesa é de 2,0 milhões de pessoas, sendo a maior parte residente no estado de São Paulo, contabilizando assim mais de 400 mil japoneses na capital Paulista, a influência é tanta que o bairro da liberdade possui arquitetura, fachadas e gastronomia tradicionalmente oriental.

 

No estado da Bahia

De acordo com os dados do site Nippo Brasil, entre 1953 e 1962, três colônias foram criadas pelo governo brasileiro na Bahia, com o objetivo de povoar e desenvolver áreas improdutivas e praticamente abandonadas. Foram elas Una, Ituberá e Núcleo Colonial Juscelino Kubistchek, localizado no município de Mata de São João. No estado da Bahia foram contabilizados 78, 749 mil ascendentes japoneses, dentre eles alguns estão no extremo sul baiano.

 

No Município de Mucuri

Nessa data especial no qual é comemorado 110 anos da imigração japonesa, a equipe do FM News foi a Fazenda Nikkei, conhecer a historia do Sr. Hyoji Koba, morador do município de Mucuri há mais de 30 anos.

A família do Senhor Hyoiji koba chegou ao Brasil em 1960, no estado de São Paulo, vieram para trabalhar na plantação de Café, que naquele momento precisava de mão de obra.

Sr. Koba, em entrevista ao FMNews, expressou  sobre as dificuldades encontradas no primeiro momento “No inicio tive um pouco de dificuldade, quando cheguei ao Brasil, não dominava a língua brasileira e também a comida é bem diferente do que era costume do Japão. A língua portuguesa, aprendemos rapidinho e com a comida fomos acostumando”.

Inicialmente começaram com a colheita de café, na cidade garça, interior de são Paulo. No ano de 1966, em Cosmópolis, interior de São Paulo, conheceu Dona Ana, com que se casou e teve três filhos.

Na época de 1989, vieram a um passeio em Teixeira de Freitas, convidado por um engenheiro agrônomo da cooperativa no qual era Diretor, para conhecer os produtores do Sul da Bahia, principalmente a plantação de melão, em fevereiro de 1989. E em maio do mesmo ano a família Koba, conheceu o Município de Mucuri e residem ate hoje.

Sr. Koba falou a nossa equipe, “Constantemente fazemos viagens ao Japão a passeio. Gostamos de morar em Mucuri, já nos acostumamos, possuímos bastante amigos em São Paulo, eles  visitam com freqüência nossa casa. Na Bahia conhecemos pouca pessoas. O que mais sentimentos falta são os filhos e netos que estão no Japão. Faz quatro anos que meus filhos não vêm aqui, mas nós já fomos visitá-los.

Dona Ana: eu gosto de tudo no Japão, porque é um lugar muito bonito, tem uma população agradável e educada. Eu gostaria que no Brasil tivesse a mesma educação e limpeza que o Japão. Mas o que nos move no o Brasil é o clima, isso não tem lá e a Bahia é lugar com o melhor clima de todo país.

Sr. “Hyoji, falou sobre o sushi que tem no Brasil,  as pessoas que tem restaurante japonês aqui, não sabem preparar, não é um sabor que me agrada, mas em são Paulo ainda encontra alguns restaurantes muito bons”. Dona Ana também afirma que o gosto da comida japonesa no Brasil é completamente diferente do Japão e que não gosta da comida japonesa feita no Brasil.

Não mantemos nenhuma tradição japonesa no Brasil, porque já pegamos o jeito brasileiro e nos acostumamos. A palavra “Arigato”é importante na minha vida, porque é uma forma de agradecimento, tudo que é recebido se fala Arigato (muito obrigado) e também a palavra “Gomen” (pedido de desculpa). Para a dona Ana, a palavra mais importante é “Gambare” que significa vá a luta, isso porque é algo que ela sempre fez durante a vida toda e passa para os filhos e netos. Todos da família já conheceram a Bahia através dos passeios na casa do pai e avô Senhor Hyoji Koba.

No Município de Nova Viçosa

A Família do Senhor Akio Eto chegou no ano de 1921, para trabalhar na lavoura de café, no estado de São Paulo, seus pais casaram e dessa união resultaram 10 filhos, o senhor Akio afirmou que quatro entre os dez filhos já cumpriram sua missão na terra.

O descendente casou e dessa união resultou três filhas, uma na qual hoje reside no Japão e as outras duas no município de Serra, no estado do Espirito Santo. Em busca de tranqüilidade e qualidade de vida o senhor Akio, decidiu residir no Município de Nova Viçosa.

Em entrevista ao FM News, ele lembrou como foi conhecer o Japão e seus costumes, e ressaltou a grande diferença na comida japonesa feita no Japão e produzida no Brasil, Akio explicou sobre a modificação da culinária japonesa para o consumo do brasileiro e afirmou ser fã da gastronomia tradicional nipônica.

A palavra “Shiwase” que significa felicidade em japonês foi ensinada a nossa reportagem pelo senhor Akio, ele fala sobre a importância dessa palavra em sua vida, e explica a busca constante do ser humano pela felicidade.

Por: Natacha Nakamura