O desembargador federal Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, que mandou soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo, 8, foi filiado ao PT de 1991 a 2010. Ele deixou o partido um ano antes de ser nomeado desembargador federal pela presidente cassada Dilma Rousseff. Favreto é conhecido por ser crítico à atuação do juiz Sérgio Moro na Lava Jato. Em entrevista à Rádio Guaíba, ele afirmou ter recebido ameaças pelo celular e por redes sociais de seus parentes.
Favreto, de 52 anos, nasceu na cidade gaúcha de Tapejara. Antes de se tornar desembargador, foi advogado sindical nos anos 1980. Depois, atuou como procurador-geral de Porto Alegre em três governos do PT. Em 1996, coordenou a assessoria jurídica do gabinete do então prefeito Tarso Genro. Em 2006, segundo registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Favreto doou R$ 60 para a campanha do deputado Paulo Pimenta, um dos autores do pedido de habeas corpus.
Durante os governos Lula, esteve em quatro ministérios diferentes. Primeiro, foi para a Casa Civil, em 2005, onde trabalhou na Subchefia para Assuntos Jurídicos, subordinado a José Dirceu, e, depois, a Dilma. Nos anos seguintes, foi chefe da consultoria jurídica do Ministério do Desenvolvimento Social, cujo titular era o também petista Patrus Ananias. Depois, passou pela Secretaria de Relações Institucionais e pelo Ministério da Justiça nos anos em que Tarso comandava as pastas.
Na tarde deste domingo, o ator Alexandre Frota divulgou o celular do magistrado no Twitter. O número foi compartilhado por vários seguidores do ator. Favreto declarou à Radio Guaíba que, depois dessa divulgação, começou a receber mensagens agressivas e ameaças.
Por Estadão
Moro. No ano passado, Favreto foi o único membro do TRF-4 a votar pela abertura de um processo disciplinar contra o juiz Sérgio Moro. Na representação, arquivada por 13 votos a 1, Moro era acusado de irregularidades na condução de processos da Lava Jato, como violar o sigilo das gravações telefônicas envolvendo Dilma e Lula em março de 2016, nas quais a presidente cassada diz ao antecessor que poderia usar termo de posse do Ministério da Casa Civil “caso precisasse”.