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Impulsão do Turismo de Saúde pode gerar mais recursos para o Brasil

O turismo de saúde no Brasil é pouco abordado; porém, consultórios, clínicas e hospitais brasileiros vêm constatando o aumento do número de estrangeiros que vêm ao país para realizar procedimentos médicos e odontológicos. Há 20 anos eram os brasileiros que iam ao exterior em busca de tratamentos médicos; hoje o fluxo se inverteu. “O segmento de turismo de saúde no Brasil já existe há pelo menos 15 anos e tem um grande potencial, que nós vamos aproveitar”, alerta a presidente da ABRATUS — Associação Brasileira de Turismo de Saúde —, Julia Lima.

Esse tipo de turismo atrai um público significativo e movimenta uma cadeia produtiva muito grande, sendo economicamente interessante tanto para os destinos (cidades e/ou estados) como também para todas as empresas envolvidas nesse tipo de turismo. “Esse turista estrangeiro costuma — segundo dados do Ministério do Turismo (2003) — permanecer por mais tempo no país, em média 22 dias; e é também o que gasta mais, aproximadamente US$ 120 por dia”, detalha Lima.

São Paulo, dentre todos os destinos brasileiros, é o que mais se destaca, por ser um dos maiores centros de saúde do mundo. Segundo o Ministério do Turismo, o número de pessoas que procuram a capital paulista a fim de realizar algum tratamento de saúde ou de estética tem mais do que dobrado nos últimos anos. “Referência em várias áreas médicas, desde os tratamentos cardíacos até as cirurgias plásticas, a cidade possui mais de cem hospitais, entre públicos e privados, além de inúmeras clínicas com diferentes especialidades, centenas de laboratórios e spas sofisticados. Para se ter uma ideia, o Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo”, detalha a presidente da ABRATUS.

Segundo Julia Lima, mesmo tendo profissionais renomados e estrutura hospitalar excelente, como a do Albert Einstein (que é primeiro hospital fora dos Estados Unidos certificado pela Joint Commission Internation), entre outras reconhecidas instituições de ensino de medicina, São Paulo — assim como as demais cidades brasileiras — ainda pode atrair mais turistas. “Por isso a ABRATUS está se reestruturando com o objetivo de vender melhor esse segmento de turismo, com foco em atrair ainda mais recursos e alavancar o Brasil mundialmente como destino de saúde”, detalha Lima.

Segundo ela, um dos grandes atrativos para que o estrangeiro que busca a cura física, emocional e também mais bem-estar e beleza no nosso país é a afinidade e a hospitalidade do brasileiro, que tornam o atendimento mais humano e confortável. “Fora isso, há excelência em serviços oferecidos médicos hospitalares e hoteleiros. A tecnologia nessa área tem avançado e os serviços médicos permitem que os resultados dos exames possam ser acompanhados pela internet e acessado em diferentes idiomas. Sistemas de telemedicina, meios de pagamento e serviços de concierge se unem para oferecer uma experiência espetacular, principalmente para quem busca saúde integrativa, longevidade e estética”, completa.

A ABRATUS pretende certificar (seguindo padrões internacionais) e preparar desde a hotelaria até os serviços paralelos que atendem às necessidades de estrutura, locomoção, alimentação, entretenimento, dentre outros. Já há hotéis preparados com acesso a quartos com rampa, alguns com espaços apropriados para cadeirantes e pessoas com mobilidade restrita, porém ainda há muito para aperfeiçoar”, explica. Outra tarefa que está sendo desenvolvida pela Associação é o trabalho de divulgação dos destinos brasileiros em feiras, eventos e congressos no exterior com foco em mais reconhecimento internacional, em toda a cadeia de reabilitação. “Nosso objetivo é fazer o Brasil ter destaque entre os destinos de nosso continente, lembrando que, segundo pesquisa divulgada pela IHRC Internacional Healthcare Research Center, a América Latina atrai grande interesse dos compradores, incluindo países como Colômbia, Argentina e Costa Rica”, detalha Julia Lima.

Essa pesquisa também revela que 51% dos pacientes que estiveram nessas regiões do continente americano gastaram entre 10 mil e 50 mil dólares, e 16% consumiram entre 50 mil e 100 mil — números muito maiores do que os previstos. Cerca de 50% deles foram enviados com subsidio de seguradoras ou governos e 40% pagaram do próprio bolso. “O nosso país precisa acordar para esse potencial econômico que injetará na economia mais recursos, dando a possibilidade de crescimento para as empresas existentes, surgimentos de novos empreendimentos e ainda mais empregos. Para se ter uma ideia, a Visa estima que 14 milhões de turistas viajam a cada ano para cuidados médicos. A Delloite sugere crescimento anual em torno de 20%. Nós estamos trabalhando para garantir uma fatia de 10% deste mercado para o Brasil”, finaliza a presidente.

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