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Seis em cada dez crianças no Brasil vivem na pobreza, aponta Unicef

 

Um estudo inédito apresentado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef, mostra que seis em cada dez crianças no Brasil vivem na pobreza.

O levantamento mostra que entre as crianças brasileiras que vivem na pobreza, seja por privação de renda ou de direitos, 13,9 mil não têm acesso a nenhum dos seis direitos analisados pelo estudo e estão completamente à margem de políticas públicas.

Segundo o coordenador de Políticas de Qualidade para a Infância do Unicef no Brasil, Mário Volpi, essas crianças e adolescentes têm até 17 anos e são monetariamente pobres ou estão privadas de direitos, como educação, saneamento e moradia.

“A pobreza, na infância, é mais ampla do que simplesmente renda. O Unicef analisou a situação da educação, da informação, da moradia, do trabalho infantil, do saneamento e da água. E constatou que seis em cada dez crianças vivem no país algum tipo de privação.”

O estudo foi feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a Pnad, e mostra que 18 milhões de meninas e meninos, ou seja, 34,3% do total vivem com menos de R$ 346 por mês na zona urbana e R$ 269 na zona rural.

Os dados do levantamento apontam que a acesso aos direitos varia, entre outros fatores, com o local onde moram e com a cor dessas crianças e adolescentes. As regiões Norte e Nordeste aparecem com os maiores índices de privação de direitos, com exceção de moradia, em que a região Sudeste lidera esse índice.

Por conta disso, o porta-voz do Unicef faz um pedido público para as autoridades.

“A partir deste estudo, o Unicef faz um apelo às autoridades para que invistam em políticas, programas, serviços e benefícios que vão além da transferência de renda para assegurar o desenvolvimento integral das crianças e dos adolescentes.”

Os resultados mostram que dos 61% de crianças e adolescentes brasileiros que vivem na pobreza, 49,7% têm um ou mais direitos negados. O saneamento é a privação que afeta o maior número de crianças e adolescentes, seja intermediária ou extrema, atingindo 13,3 milhões de pessoas, seguido por educação (8,8 milhões); água (7,6 milhões); informação (6,8 milhões); moradia (5,9 milhões) e proteção contra o trabalho infantil (2,5 milhões).

Reportagem, Cintia Moreira