Doenças crônicas são causas de 70% das mortes e principais fatores de incapacidade da população
As doenças crônicas não transmissíveis, com câncer, diabetes e doenças respiratórias, entre outras, são causas de 70% das mortes na população brasileira.
Além disso, essas doenças são as principais causas de incapacidade profissional e de limitação das pessoas com até 70 anos, de acordo com dados do IBGE.
Os males crônicos levam as pessoas a lutar pela saúde durante anos e os gastos médicos com consultas, remédios, exames e internações são altos e crescem enquanto a expectativa de vida dos pacientes cai.
A inversão desse cenário, segundo especialistas, passa obrigatoriamente pela expansão dos cuidados permanentes e de prevenção as doenças crônicas, por meio da atenção à saúde primária, aquela que aborda as necessidades da população de forma individualizada, por todo o tempo de vida das pessoas.
Nas empresas, por exemplo, o investimento em saúde primária pode contribuir para o desenvolvimento e crescimento das firmas, e na diminuição dos custos com os planos de saúde coletivos contratados pelos patrões, como explica o diretor da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, Gualter Maia.
“As próprias empresas desenvolvem ações voltadas a essa promoção. E essa empresa, não conseguir atender todas as demandas, com certeza, ela vai ter prejuízos relacionados ao bem-estar dos seus funcionários.”
Os planos de saúde coletivos, aqueles oferecidos pelas empresas aos trabalhadores, representam 80% dos contratos firmados pelas operadoras, no país.
O gerente Executivo de Saúde e Segurança da Indústria, do SESI, Emmanuel Lacerda, lembra que os projetos de atenção primária em saúde são fundamentais para orientar os trabalhadores para o uso adequado dos planos e na prevenção de doenças.
“O que nós temos observado, a partir de um grupo de indústrias aqui na CNI que representa cerca de um milhão de vidas, essa atenção primária ela não só coordena a utilização. Ela faz prevenção, ela coordena o cuidado, ela se preocupa com o desfecho em saúde, ou seja, com a melhoria da questão da saúde do trabalhador.”
A contratação de planos de saúde coletivos saltou de pouco menos de 20% em 2000, para 67% em 2017, de acordo com dados da ANS. O número de beneficiários de planos privados de assistência à saúde, em relação à população total do país, cresceu de cerca de 18% até quase 25%, entre os anos de 2000 e 2014.
Reportagem, Cristiano Carlos