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Brasil forma poucos engenheiros. Falha na educação é o problema, aponta especialistas

 

O número de doutores em engenharia revela a fragilidade do Brasil em relação a outros países do mundo. Temos de 4 a 6 vezes menos doutores em engenharia do que nos países europeus e cerca de um terço do registrado nos Estados Unidos. Os dados são de um estudo da Confederação Nacional das Indústrias, a CNI.

Outro dado vai na origem do problema: para cada mil candidatos nos processos de seleção em engenharia, 175 ingressam e apenas 95 concluem. De acordo com avaliações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, dos 1.538 cursos avaliados em 2014, cerca de 60% atingiram apenas a nota mínima satisfatória e 15% ficaram abaixo desse valor.

A professora da Universidade de Brasília especialista em educação de engenharia Maria de Fátima, pondera qual seria o principal motivo desta fragilidade.

“Por que que se formam poucos engenheiros? Em um primeiro momento, porque tem poucas escolas de engenharia. Nós temos escolas e a taxa de evasão é enorme, porque os estudantes, as pessoas que procuram engenharia não acompanham os cursos. Então, a nossa educação é falha.”

O Brasil tem o desafio de melhorar a qualidade da educação e reduzir a evasão dos seus cursos de engenharia, aponta estudo recente da CNI, o Ensino de Engenharia: Fortalecimento e Modernização, enviado aos presidenciáveis destas eleições, como forma de incentivar o debate em cima do assunto, já que os profissionais de engenharia têm papel fundamental no desenvolvimento tecnológico do país.

Segundo a diretora de Inovação da CNI e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi, Gianna Sagazio, há uma demanda do setor produtivo quanto a dificuldade de contratar bons profissionais no ramo da engenharia.

“Com a revolução digital que a gente está vivendo, a melhoria do ensino das engenharias no desenvolvimento das habilidades que estão convergindo com a demanda de mercado, são ações fundamentais para fortalecer a nossa indústria e ampliar as nossas condições de competitividade e até de gerar prosperidade para o país.”

O setor produtivo elencou uma série de propostas para melhorar este cenário, entre as recomendações está reforçar a base técnica e estimular a formação mais inovadora em engenharia e ampliar a integração entre os cursos de engenharias e o setor produtivo.

Reportagem, Camila Costa