Em todo o Brasil, a atuação do extensionista e assistente técnico rural tem grande relevância nos municípios de produção agrícola. Isso porque há 70 anos, comemorados neste mês de dezembro, são eles os responsáveis por levar avanços tecnológicos e, juntamente com os produtores, pensar em estratégias para uma maior eficiência no campo.
Segundo Célia Watanabe, presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, a Emater-BA, o grande número de famílias agricultoras rurais é um dos desafios a serem solucionados. Ela ressalta ainda a questão de gênero existente no campo, que ainda precisa ser suplantada.
“Nós somos o estado com o maior número de agricultores familiares de todo o país e ampliaremos em mais 12 mil famílias, a partir de agora, as modalidades ATER agroecologia e ATER mulheres rurais. E aí eu acho que a gente precisa avançar nessa conversa de valorizar o trabalho das mulheres na unidade produtiva”.
A presidente da Emater explica o porquê de um programa de extensão específico para as mulheres, que normalmente trabalham em uma estrutura patriarcal de três turnos. Elas trabalham com cuidados com a casa, com os filhos e também na produção agrícola.
“É abrir esse diálogo. Então, a responsabilidade para cuidar da casa é dela mesmo? Não pode ser compartilhada com os outros membros da família? Não pode ser uma sobrecarga, não pode ser um terceiro turno das mulheres. Então eu acho que precisa enfrentar um pouco esse debate da organização da casa, né? Como é que os outros membros da família contribuem com as tarefas domésticas”.
Na Bahia, o produto agrícola que mais se destaca é a soja. São quase cinco milhões de toneladas produzidas em mais de um milhão e 500 mil hectares para cultivo. Toda essa produção conta com o trabalho dos técnicos em extensão rural. No estado, são 229 profissionais que fazem esse trabalho de desenvolvimento no campo. Em todo o país, o número passa de 11 mil.
Por Agência do Radio