O ex-governador do Espírito Santo Gerson Camata será velado e enterrado nesta quinta. Camata foi morto à tiros em um restaurante em Vitória, capital capixaba. Gerson tinha 77 anos e também havia sido senador do Espírito Santo pelo MDB. O acusado do crime já está preso. Marcos Venício Moreira Andrade, de 66 anos, ex-assessor de Camata, confessou o crime.
O ex-assessor trabalhou com o político por cerca de 20 anos. Camata movia uma ação judicial contra Marcos e a Justiça já tinha determinado o bloqueio de cerca de R$ 60 mil da conta do ex-auxiliar.
O acirramento das relações entre os dois começou em 2009, após denúncias de corrupção. Camata teria recebido propinas da Odebrecht, e foi denunciado por Marcos. O ex-governador disse que o então assessor sofria de problemas psicológicos e negou as acusações. Depois, Gerson Camata decidiu processar Marcos Venício por crimes contra a honra.
Venício encontrou Camata em uma rua do bairro Praia do Canto. Segundo a Polícia Civil do Espírito Santo, os dois discutiram e, durante o desentendimento, o ex-assessor sacou uma arma e disparou contra o ex-governador. Ele sofreu um tiro no pescoço, não resistiu aos ferimentos e morreu. Pouco tempos após o acontecido, o ex-assessor foi preso por policiais de folga. A arma do crime foi apreendida e não tinha registro.
O corpo de Camata foi velado no Palácio Anchieta, sede do governo do Espírito Santo, e será enterrado no Cemitério da Serra, em Vitória. Já Venício foi transferido da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa para o Centro de Triagem de Vitória.
Gerson Camata era jornalista e entrou para a política do Espírito Santo. Em 1967, virou vereador em Vitória. Em 1971, foi eleito deputado estadual e, de 1975 a 1983, deputado federal. Governou o estado em 1983, sendo o primeiro eleito após o fim da Ditadura Militar, e por três vezes foi senador do ES, encerrando o mandato em 2011. Camata deixa mulher e dois filhos.
Reportagem, Raphael Costa