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Para especialista, Brasil deveria aproveitar exemplo do SENAI em secretárias de Educação estaduais

O Brasil deveria aproveitar a capacidade educacional de instituições como, por exemplo, o SENAI, para transmitir os conhecimentos adquiridos com a prática para as secretarias de Educação dos estados. A avaliação é de Cláudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV. Acontece que desde o período de transição do governo federal, no ano passado, a nova administração do país tem prometido executar cortes de 30% a 50% nas verbas repassadas a instituições do sistema S, do qual faz parte o SENAI. Para a especialista, o “SENAI é um exemplo e seria uma pena perder todo esse aprendizado acumulado pela instituição”.

“Há exemplos internacionais como as escolas secundárias da Coreia do Sul em que o setor privado, a indústria, inclusive a indústria de ponta, participou não só do desenho instrucional de cursos de Ensino Médio, mas mesmo da gestão desses cursos com uma parceria público privada que gerou altíssima empregabilidade em setores interessantes para os jovens”.

Ao todo, no Brasil, o SENAI mantém 541 escolas de todos os estados e no Distrito Federal, que registraram mais de 2,3 milhões de matrículas, em 2017. A instituição, calcula, porém, que casos os cortes sejam realizados, 162 escolas terão de fechar as portas.

“Eu creio que o SENAI tem um papel extremamente importante para o Brasil. Criado na época do Getúlio Vargas, ele virou um centro interessante de qualificação dos trabalhadores que é reconhecido no mundo todo, citado como referência pela OIT porque no desenho instrucional dos cursos, os eventuais futuros empregadores têm um papel”.

Isso acontece, segundo Constin, porque no desenho instrucional dos cursos, os eventuais futuros empregadores têm um papel. “Não é um curso técnico desvinculado das necessidades de desenvolvimento nacional”.

Reportagem, João Paulo Machado