O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, afirmou, nesta terça-feira (29), que 3386 barragens estão classificadas como de alto risco no Brasil. Ao todo, segundo o ministro, o país conta com mais de 20 mil estruturas deste gênero.
Canuto concedeu entrevista à imprensa após reunião ministerial, realizada Palácio do Planalto, em Brasília. De acordo com o ministro não há condição técnica para realizar a fiscalização de todas as barragens do país, por isso, segundo ele, é necessário priorizar as situações mais graves.
“Essas são as barragens que a resolução, neste momento, colocou como prioridade para que reforçasse a fiscalização. Porque entendemos que essas (barragens) são o foco inicial, não total, mas precisamos priorizar. Não temos condições de avaliar e fiscalizar todas ao mesmo tempo, então, há a necessidade que priorizemos”.
Apesar do risco, o ministro do Desenvolvimento Regional disse que não como há definir um prazo para finalizar a fiscalização, pelo menos, neste momento.
“O nosso objetivo é mais que cumprir um número de atender as 3386 barragens, é garantir que aquelas que foram vistoriadas, de fato, estejam com a informação correta e que a gente possa tomar a decisão. Então, os órgãos têm prioridade, esta é a prioridade, agora um prazo marcado não tem como definir nesse momento.”
Gustavo Canuto também disse que não deve ser permitida a construção de nenhuma estrutura como restaurantes, sedes administrativas e casa na chamada área 1, que corresponde a região mais próxima deste tipo de estrutura.
“Se a barragem rompe de imediato, não dá tempo da população, dos funcionários saírem daquela área, daquela região. Então, o entendimento do governo é claro: nesta região não deve ser permitida a construção de nenhuma estrutura, que não seja estritamente necessária para a operação da mina. Estritamente, o centro de operação da mina.”
O número de vítimas do desastre em Brumadinho continua sendo atualizado a todo momento. As últimas informações divulgadas pela Defesa Civil, confirmam a morte de 65 pessoas. Outras 288 vítimas seguem desaparecidas.
Reportagem, Mariana Fraga