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Brumadinho tem possibilidade de surtos de doenças infecciosas, aponta Fiocruz

Uma pesquisa feita pela Fiocruz avaliou os impactos imediatos do desastre em Brumadinho. Segundo o levantamento, há a possibilidade de surtos de doenças infecciosas, como dengue, febre amarela e esquistossomose, além de mudanças no bioma e o agravamento de problemas crônicos de saúde, como hipertensão e diabetes.

De acordo com o coordenador do estudo, Christovam Barcellos, a perda de condições de acesso a serviços de saúde pode agravar doenças crônicas já existentes na população afetada, assim como provocar doenças mentais, como por exemplo, depressão e ansiedade.

“Pode surgir outras doenças. Por exemplo, a doença de origem psíquica. O sofrimento que as pessoas estão passando com a perda da economia, perda de membros da família, perda das suas casas, isso tudo gera um sofrimento que, ao longo prazo, pode gerar depressão, ansiedade, algumas síndromes chamadas psicoses traumáticas, então a gente tem que estar muito atento às questões da saúde mental.”

Segundo Barcellos, outros componentes químicos da água podem estar presentes na lama do rejeito e serem transportados a longas distâncias pelo rio Paraopeba e, posteriormente, para o São Francisco. De acordo com ele, é necessário o exame que comprove a presença de metais pesados nos rejeitos e seu monitoramento ao longo destes rios para evitar o consumo e uso de águas contaminadas nos próximos anos.

Reportagem, Cintia Moreira