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SAÚDE CRÔNICA: Abrace o que a vida lhe dá

 

Às vezes a vida nos dá umas rasteiras. A gente imagina, planeja, deseja o futuro de um jeito. E, de repente, vem um acontecimento inesperado e joga por terra todo aquele desenho que a gente tinha. E a gente faz o quê? Abraça. 


Você já parou para pensar o que tem acontecido na sua vida que não estava dentro dos seus planos? Uma gravidez, um emprego perdido, um divórcio? Ou mesmo as coisas boas como…uma gravidez, um emprego conquistado, um novo amor? Quando as coisas saem do nosso controle, a nossa primeira reação, geralmente, é ficar aperreada. E é aí que a gente precisa parar, respirar e redirecionar a energia. Quando a gente para e reorganiza, tem a chance de ressignificar. De dar um novo sentido à nossas vidas e incluir o que aconteceu de inesperado – seja de bom ou de ruim – como um processo de aprendizado. Precisamos cuidar da nossa mente assim como cuidados do nosso corpo. Até porque, se a mente padece, nosso corpo vai junto. É preciso tentar não transformar uma tristeza, uma decepção, em algo mais grave.


Nas últimas semanas eu tenho tido que aprender um novo ritmo de vida. A viver um modelo de família para o qual eu não me sentia preparada. Dar conta de tarefas que antes, pareciam impossíveis de serem cumpridas por uma pessoa só. Mas no meio disso tudo, uma coisa muito importante aconteceu. Tenho tido a oportunidade de reconhecer a mim mesma. Descobrir uma nova mulher, uma nova pessoa, uma nova mãe. Ou, talvez, eu tenha somente achado a mim mesma, uma de mim que estava meio perdida dentro da rotina e da inercia.  E, olha, me reconhecer tem sido uma aventura fantástica! Perceber o que é realmente meu: meu gosto musical, meus filmes preferidos, a hora em que eu gosto mais de arrumar a casa ou de tomar banho; que brincadeiras são mais gostosas de fazer com meus filhos – independente da rotina de outras pessoas.
Engraçado como essas descobertas e reajustes impactam na nossa vida, não é mesmo? Olha que delícia: este novo momento me trouxe também novas amizades. Novas pessoas, hábitos diferentes. Gente que combina comigo muito mais do que achei que poderia encontrar. Novos costumes simples – como jantar um sanduíche de pernil – que me fazem sentir no controle da minha própria vida.


Quando vamos amadurecendo, tendemos a acreditar que já vivemos tudo. Que nunca mais alguém vai nos surpreender ou que não podemos, simplesmente, mudar de ideia sobre o que quer que seja. Pois eu, assim como Raul, prefiro ser essa metamorfose ambulante. Renascer, recriar, reinventar. E, agora que aprendi como fazer isso sem dor e sem culpa, parece até que a vida fica mais leve. Que as relações deixam de ser complicadas e até os sorrisos ficam mais fáceis no rosto. E você? O que tem feito para abraçar as surpresas que a vida te traz?

 

Por Patrícia Cordeiro