O estado de Roraima é o único do País que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional de energia e depende da importação de energia da Venezuela
A crise de abastecimento de energia em Roraima passou a incluir um rombo financeiro que já chega a R$ 482,8 milhões. O estado, que importa boa parte de seus megawatts da Venezuela, não possui a linha de transmissão que tinha previsão de ligar, ainda em 2015, a capital Boa Vista ao resto do País.
A distribuidora Boa Vista Energia, do grupo Eletrobras, apresentou no ano passado um pedido de liminar à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na tentativa de suspender a cobrança. A dívida está relacionada a contratos que a concessionária firmou com uma série de usinas que entregariam energia à distribuidora de 2017 a 2021. O caso ainda está sendo analisado pela área técnica da agência e precisa passar pela diretoria colegiada.
Segundo a concessionária, a entrega dessa energia dependia da operação da linha de transmissão Manaus-Boa Vista. O projeto sofreu impasses por passar diretamente dentro da terra indígena waimiri atroari e, por isso, nunca conseguiu licenciamento ambiental. Como as usinas não fazem parte desse processo, passaram a exigir o pagamento da energia contratada pela distribuidora.
O estado de Roraima é o único do País que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional de energia e depende da importação de energia da Venezuela ou do abastecimento de usinas térmicas do Estado, que são mais caras e poluentes.
Por: Juliana Gonçalves