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Governo anuncia nova número 2 do MEC

 

Em mais um episódio na disputa interna entre grupos rivais dentro no Ministério da Educação (MEC), Iolene Lima, diretora de uma escola batista em São José dos Campos, foi anunciada nesta quinta-feira, 14, como a nova secretária executiva, cargo considerado o segundo mais importante da pasta – abaixo apenas do ministro. Até então, ela ocupava o cargo de diretora de formação do MEC.

Luiz Antonio Tozi, que estava na posto até esta semana, foi exonerado nesta quinta, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Vélez chegou a anunciar que Rubens Barreto seria o secretário executivo, mas pressões internas não o deixaram nem sequer assumir o cargo. Iolene foi indicada a Tozi pelo presidente da Capes, Anderson Ribeiro Correia. Os três são de São José dos Campos, no interior de São Paulo – Correia também é evangélico.

Quando começaram as disputas entre grupos no MEC, há cerca de um mês, o grupo técnico entendeu que a presença de evangélicos poderia fortalecer o ministro contra os chamados “olavistas” – seguidores do escritor Olavo de Carvalho, “guru” dos bolsonaristas. Representantes de instituições cristãs passaram a ser recebidos no MEC sem que o grupo ligado a Olavo soubesse.

Após tuítes raivosos de Olavo contra Tozi, Bolsonaro pediu a cabeça do número 2 do MEC. Após a pressão pela não nomeação de Barreto, Vélez pensou em se demitir, mas foi convencido a continuar no cargo. A solução encontrada para tentar segurar o ministro foi colocar Iolene no posto. Mesmo com a escolha de Iolene, Vélez continua sem força – diversos grupos se movimentam para indicar seu sucessor, entre evangélicos e militares.

Iolene tem um perfil que agrada ao grupo mais conservador. A nova secretária executiva do MEC é pedagoga, com especialização em gestão. Ela dirigia o Colégio Inspire, que em seu site diz que “apresenta todos os conteúdos curriculares dentro da cosmovisão bíblica”. É uma escola batista que tem entre os objetivos a “formação integral do ser humano” para cumprir “os propósitos de Deus no mundo”. O colégio é mantido pela Primeira Igreja Batista de São José dos Campos, que mudou de nome para Igreja da Cidade.

Por Renata Cafardo e Julia Lindner