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Pescadores reivindicam melhorias e assistência

 

Mucuri é terra indígena, território altamente habitado e influenciado por comunidades indígenas e negras que vivem aqui desde os primórdios desse país, quando se fala de “Povos originários da terra” considere essa população, parte desse povo está a comunidade de pescadores que é importantíssima na história mucuriense, famílias inteiras que vivem como seus antepassados buscando alimento nos rios, mares e mangues para o consumo e principalmente para o sustento de suas casas.

A verdade é que na última década, mesmo com o aumento da receita do município em no mínimo três vezes mais, o que a comunidade tem recebido tem sido muito pouco ou quase nada. Temos ainda as festas tradicionais, a exemplo do Forró do Peroá que tem sido esquecido pelos últimos gestores, o que demonstra uma falta de reconhecimento do trabalho desenvolvido pela comunidade dos pescadores que de fato foi quem fundou Mucuri e hoje tem que viver com a dura realidade de contar apenas com infindáveis promessas sem resolução.

Nos últimos dez anos, embora a receita tenha triplicado, entra e sai gestão a cada quatro anos, e aparecem prefeitos e vereadores com promessas de melhoria que nunca acontecem. Promessas como o cais de Mucuri e melhorias básicas no local que hoje é o porto, além de uma mínima assistência à essas famílias ainda não saíram do papel.

Nos últimos dez anos, embora a receita tenha triplicado, entra e sai gestão a cada quatro anos, e aparecem prefeitos e vereadores com promessas de melhoria que nunca acontecem. Promessas como o cais de Mucuri e melhorias básicas no local que hoje é o porto, além de uma mínima assistência à essas famílias ainda não saíram do papel.

A equipe da rádio Abrolhos FM se deslocou até o porto para conversar com esses trabalhadores e se deparou com uma série de denúncias por parte dos mesmos, que se dizem cansados de falsas promessas.

Zenildo pescador local de camarão há trinta anos, conta que de lá pra cá nada basicamente mudou: “Nós ficamos sempre na promessa eles [governantes] entram, saem e continuamos esperando o dia em que destinarão olhares para a classe dos pescadores” e completa a denúncia e apelo, “Nós não temos nem rua aqui, mal passa uma bicicleta. Essa ajuda precisa vir de alguma forma, os candidatos à prefeitura e vereadores precisam olhar para nossa situação”.

Investigamos e o fato é que a última rua foi construída a mais de dez anos e que embora os direitos dos Pescadores estejam garantidos por lei dentro do Plano Diretório do Município, quando na primeira seção de desenvolvimento (subseção III – Pesca e atividades afins) no artigo 15, está garantido por lei “a modernização de equipamentos, o desenvolvimento da cadeia produtiva da pesca, além de oferecer apoio ao acesso de crédito para produção”, embora tais diretos só tem espaço nas gavetas dos políticos que estão passando e ao invés de garantir os diretos de quem realmente tem, eles estão aprovando despesa exorbitantes com assessores, a exemplo de ouvidoria para uma câmara que já tem treze vereadores que não conseguem ouvir o sofrimento desse Povo.

São muitos trabalhadores que estão vivendo numa situação difícil, pois a medida que a maré sobe, o volume de água do mangue aumenta infiltrando o solo das pequenas peixarias, invadindo as ruas, ‘comendo’ calçadas e acabando com tudo ao redor. Só nessa última maré alta que a cidade enfrentou a água avançou bastante pra dentro da cidade.

Nego é outro pescador do porto de Mucuri e relata sua indignação pela falta de infraestrutura: “Olha Beto, todos nós pescadores somos heróis aqui porque ir à pescas é uma luta diária, todos os anos é a mesma coisa, eles vem aqui falam um monte de coisa e depois nos esquecem. A verdade é que eu tenho vergonha do porto de Mucuri!”, “A beira do porto está parecendo uma favela, uma sujeirada.. As pessoas não tem vontade de vir aqui buscar peixe e não dá vontade mesmo de vir nesse lugar”.

O fato é que são muitos depoimentos sinceros de pessoas honestas que realmente necessitam dessa renda, que trazem essa cultura de família e que buscam passar adiante essa forma de viver, mas a cada gestão que passa as autoridades esquecem essa classe tão importante para cultura e história do povo mucuriense. Não há outra alternativa que não seja a revitalização do porto e o apoio incondicional a esses trabalhadores.

Por : Carolina Rosa.