“trabalhadora rural fala sobre o avanço de ter energia elétrica em sua casa e de seus vizinhos.”
Por Carolina Rosa / Reportagem Beto Ramos
O município de Mucuri é extenso tendo em vista uma estimativa de 41.221 habitantes, segundo dados de 2018 liberados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), sendo considerado um município de médio porte levando em conta a economia, infraestrutura e desenvolvimento local mesmo embora exista investimentos de iniciativas privadas, alguns povoados e principalmente a zona rural sofrem as consequências de determinados atrasos.
Dentro do município nós temos lugares em que não chegou energia elétrica, o que dificulta a vivência e desenvolvimento das famílias que vivem e trabalham nesses lugares mais isolados, como é o caso da família de Betânia trabalhadora braçal da roça situada na estrada da Jacutinga aproximadamente oito quilômetros de Mucuri sede, que há oito anos lutava com a prefeitura e órgãos responsáveis para que chegasse energia elétrica em sua região e parece até loucura pensar que em pleno 2019 acompanhamos famílias que lutam por questões básicas como essas.
Betânia conta que são quinze famílias que vivem ali e trabalham na terra local e os desafios que existem em viver sem energia são muitos, como por exemplo, conseguir manter eletrodomésticos simples que facilitam a vida dos mesmos.
“É difícil pois não conseguimos beber uma água gelada por exemplo, nem conservar alimentos refrigerados e com o clima da região fica realmente impossível manter esse tipo de coisa. Geralmente temos que buscar recursos fora aumentando o custo de vida e ainda sim, tudo que é comprado precisa ser consumido logo para não estragar. Então alimentos como carnes nós salgamos para obter maior prazo de validade.”
O ganhos de se ter energia elétrica são muitos, a segurança de ter casas e ruas iluminadas em lugares de zona rural são de extrema importância porque é sabido do “breu” que fica assim que anoitece. Além de pequenos confortos que essas simples famílias podem desfrutar como um ventilador nos dias de calor, uma televisão para se informar e se entreter depois de um longo dia de trabalho ou eletrodomésticos que foram citados a cima como geladeira para conservar alimentos, microondas ou poder ter a escolha de tomar um banho morno por exemplo.
Toda instalação precisou ser supervisionada por ter árvores e plantações que atrapalharam o trabalho da companhia de energia, Betânia conta que dois coqueiros pegaram fogo assim que a luz foi ligada, por isso precisaram retirar as árvores do local que estavam para facilitar a instalação.
A trabalhadora contou para Beto Ramos nosso repórter que essa situação se estende em outros povoados do município, pois em Colônia Nova que fica mais próximo de Posto da Mata, mas faz parte de Mucuri famílias vivem ali há gerações e não existe energia elétrica ainda. Seus familiares vivem e trabalham lá e contam que o primeiro registro protocolado solicitando iluminação foi feito há quase vinte anos e não obtiveram resposta ainda.
São tios já idosos que não sabem o que é energia elétrica, primos e os filhos dos primos que também não tiveram a oportunidade de aproveitar um recurso tão básico.
Inclusive são pessoas que por conta de suas idades avançadas e doenças ligadas à velhice e outras questões realmente necessitam de energia para se locomover dentro de suas casas e pequenos auxílios para viver melhor nessa fase mais delicada de suas vidas. Beto faz o apelo a vereadores em curso que ouvirem a reportagem durante a programação da FM News ou que tiverem acesso à essa matéria para que olhem com mais atenção questões básicas como levar luz à famílias que estão necessitando dessa ajuda para melhorar de vida. Pois o pouco pode ser muito para quem precisa!