“‘Sandalheiros’” contam os desafios de viver na estrada em busca do sustento familiar”
Redação Abrolhos Fm/ Entrevista Beto Ramos/ Texto Carolina Rosa
Mucuri é um município que recebe trabalhadores de diferentes cantos do país que vem em busca de uma oportunidade melhor de vida, embora a cidade seja considerada de médio porte, existem chances de encontrar trabalho em grandes empresas do entorno ou trabalhar de forma autônoma.
A redação da Rádio Abrolhos Fm conheceu um grupo de trabalhadores paraibanos que faz seu ganha pão vendendo sandálias pela cidade, onde ganharam “fama” pelo produto de ótima qualidade e o carisma com os clientes.
Os trabalhadores vem de uma cidade da Paraíba que se chama Patos da Paraíba, que é conhecida no país como “A cidade dos calçados”, lá é feita uma produção massiva dessas sandálias e o fato da cidade paraibana ser pequena faz com que as famílias migrem para outros lugares do país revender os produtos para renda familiar.
Naldinho que é um dos vendedores explica que em cada estado que os sandalheiros percorrem ficam em por volta de três meses, que é o tempo calculado para fazer um lucro significativo para voltar à cidade natal e buscar nova remessa. “Tudo depende das vendas, geralmente nos programamos para ficar no máximo três meses, mas acontece de ficarmos mais se as vendas não nos dão um bom retorno inclusive já aconteceu de ficarmos até cinco meses longe de casa.”
A vida na estrada nem sempre é fácil, pois além dos riscos de viver indo de um lugar para o outro, os vendedores de sandálias necessitam bancar todas as despesas de estar longe.
Durante a entrevista conhecemos Junior, que também é vendedor de sandálias e o trabalhador afirmou que de fato não é fácil viver em longas viagens, pois os estados percorridos quase sempre são distantes uns dos outros; “Vendemos sandálias na Bahia, no Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e até Santa Catarina. A saudade de casa aperta, e mesmo assim sabemos que esta é a forma de levar o sustento para família”.
Esse segmento de trabalho autônomo movimenta boa parte da economia do país hoje são 35 milhões de trabalhadores na informalidade (trabalho sem carteira assinada), que são pessoas que não encontram colocação no mercado e por necessidade trabalham por conta própria.