“A classe que representa 61% do crescimento do produto interno bruto”
Redação Abrolhos Fm/ Entrevista Beto Ramos/ Texto Carolina Rosa
Depois da primeira greve dos caminhoneiros que aconteceu em maio de 2018, a população compreendeu importância da classe para o Brasil. A falta de investimentos e modernizações em outros meios de transporte deixou claro que a economia do país depende principalmente dos transportes terrestres.
Segundo o Departamento de Transportes Terrestres (DNIT) são mais de 1,7 milhão de quilômetros de estradas e rodovias no país, sendo 7% federais, 15%estaduais e 78% municipais. Ainda que utilizadas por carros comuns, à classe dos caminhoneiros representa 2 milhões de caminhões transitando entre os estados e capitais promovendo o fluxo contínuo de transporte de cargas.
O município de Mucuri não fica fora desta estatística pois recebe diariamente caminhões que abastecem a cidade em praticamente todos os setores como alimentícios, farmacêuticos, higiene básica, entre outros.
A equipe de jornalismo da rádio Abrolhos entrevistou um trabalhador para saber mais da condição de trabalho e o que mudou para a classe desde a paralisação de 2018 que foi um marco nacional.
Rafael é caminhoneiro há mais de 17 anos, natural de Londrina PR, chegou ao município de Mucuri em uma passagem rápida para entregar sacolas de lixo aos comércios locais, ele contou que foram mais de 2.200 km rodados e muitos dias fora de casa.
“Nós fazemos entrega de todo tipo de mercadoria, o Brasil depende do nosso trabalho e tivemos a certeza depois das paralisações. Cheguei a ficar 90 dias na estrada rodando o país e não é fácil pra gente que depende disso para o sustento de nossas famílias”.
O alto valor do combustível, as péssimas condições das estradas, a violência quando se diz respeito à desvios e roubos de cargas e a intensa procura para negociação de transporte ilegal de drogas e produtos clandestinos fazem com que a profissão seja ainda mais perigosa para os motoristas.
“Hoje nós ganhamos mais voz para reivindicar nossos direitos e denunciar abusos contra a classe, são muitos anos na área e não deixamos nada passar, já vi colegas de profissão perderem a vida por diversos motivos. Estamos aí nas estradas, por amor e por necessidade, mas agora mais atentos a toda situação política e sabendo da nossa importância.” afirma Rafael concluindo a entrevista com Beto Ramos para seguir viagem.