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Milton Marcondes pesquisador fala sobre o índice de mortalidade das Baleias Jubarte

 

“Instituto Baleia Jubarte ajuda recuperar comunidade mamífera e alerta riscos de morte”

 

Redação Abrolhos Fm/ Reportagem Beto Ramos/ Texto Carolina Rosa 

 

Todos os anos cerca de 20 mil baleias Jubarte sobem a costa brasileira para alcançar o litoral baiano onde fica a Costa das Baleias, no Parque Nacional Marinho de Abrolhos um arquipélago que recebe esses mamíferos para acasalar e amamentar seus filhotes. 

Desde então institutos especializados em defender a vida das baleias desenvolvem um trabalho de proteção e preservação dos mesmos, como é o caso do Instituto Baleia Jubarte que realiza diversas pesquisas sobre a vida destes animais, reprodução e preservação da espécie. 

A equipe de jornalismo da rádio Abrolhos Fm teve a oportunidade de entrevistar Milton Marcondes que é coordenador de pesquisa no Projeto Baleia Jubarte, criado em 1988 para estudar e proteger as jubartes que migram anualmente para Bahia durante os meses de inverno e primavera. Um dos assuntos mais citados durante as palestras e posteriormente deu o tom da entrevista foi sobre a situação de mortalidade das baleias no trajeto do pólo sul a costa brasileira. 

Segundo Marcondes, em 2002 a frota representava cerca de 2 à 3 mil baleias, hoje representam 20 mil, conseguindo recuperar essas ‘comunidades’ para a quantidade que já existia antes do período de caça. Porém, o pesquisador afirma que com o aumento de baleias voltando para Abrolhos houve também um aumento significativo de encalhes. Os números mostram que há 15 anos os casos anuais não passavam de vinte encalhes, hoje esse número ultrapassa a marca de 100 casos. 

O pesquisador afirma que as mortes são por causas naturais como filhotes que se perdem de suas mães no trajeto, mas muitas mortes são causadas por ações humanas como casos de baleias que são atropeladas por embarcações. 

O Instituto Baleia Jubarte alerta que em casos de encontrar esse animais encalhados nas praias por exemplo, é necessário que seja feito contato imediato com o departamento de meio ambiente do município ou com institutos especializados na causa que tomarão as providências o mais rápido possível para salvar a vida do mamífero e devolvê-lo ao mar, lembrando que esta ação vale também para o salvamento de golfinhos que são frequentemente encontrados na região de Abrolhos. Em caso de morte, o instituto Baleia Jubarte realiza autópsia para descobrir o que ocasionou a morte do animal. 

Quando questionado sobre a quantidade de resíduos plásticos nos oceanos, o pesquisador Milton Marcondes reafirma a importância que há na educação da população para que esse lixo seja direcionado da forma correta para que não volte ao mar contaminando as águas e matando espécies, que muitas vezes são encontradas com esses materiais nos órgãos e até mesmo no caso de “microplásticos”, que podem não matar porém são altamente prejudiciais a saúde não só das baleias como de todas espécies marinhas e que pode resultar na contaminação do corpo humano ao comprar pescados microplásticos.