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No Dia Internacional da Mulher Negra Latina e Caribenha a reflexão se faz necessária

 

“Números indicam como o sistema brasileiro é injusto com as demandas dessa comunidade”

 

Redação Abrolhos Fm/ Texto Carolina Rosa 

 

Dia 25 de Julho é comemorado o Dia Internacional de Mulher Afro-Latina, Americana e Caribenha e também o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Datas como estas trazem consigo o poder da reflexão: Porquê se faz importante? Quais são de fato as demandas dessas mulheres? Existe a necessidade de falar sobre o tema? (In)felizmente sim.

No Brasil, as mulheres negras são 55,6 milhões representando a maioria da população brasileira feminina, dentre elas 41,1% chefiam suas famílias por uma série de motivos que incluem abandono, homicídio e encarceramento de seus companheiros. 

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revela que mulheres negras recebem em média, 58,2% da renda de mulheres brancas, reafirmando tamanha desigualdade. 

Para ilustrar melhor a importância de se discutir a questão, os dados de homicídio contra essa comunidade é ainda mais assustador, registrando que 4.936 das mulheres mortas em 2017, 66% delas eram negras, assassinadas por arma de fogo e a grande maioria sendo dentro de suas casas. 

No panorama empregatício essas mulheres são as que mais sofrem com desemprego superando a marca de 20%, em contraste com o número de desempregadas não-negras que chega a 11%. O contexto empregatício reforça esse parâmetro ao entender que embora sejam em maior quantidade são as que mais ocupam posições de subalternidade e subempregos (aqueles que não garantem direitos como o contrato com carteira assinada).

Coincidência? Certamente não. Os números e dados apenas revelam o país onde vivemos, uma nação notoriamente racista e sexista, que por não tratar o tema com a seriedade devida assume o papel velado. A verdade é que o Brasil enquanto constituição possui uma dívida social com as mulheres negras que até hoje colhem frutos de uma herança escravocrata.

Dia 25 de julho é o símbolo da luta de mulheres que fazem e refazem seu próprio destino, que resistem mas que também choram e sangram as injustiças do sistema. A reflexão não só é válida como necessária e urgente, para que não mais fechemos os olhos para a crua realidade que há em nosso país e em todo continente americano.

Mulher Negra é Luta!