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Desigualdade cresce: Os mais pobres comprometem quase 40% do orçamento com alimentação e habitação

 

“Famílias com até 2 salários gastam mais com alimentação e moradia que famílias mais ricas aponta estudo”

 

Redação Abrolhos Fm/ Fonte: IBGE

 

Segundo pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), famílias com rendimento de até 2 salários mínimos (R$1.908) comprometem maior parte do orçamento com alimentação e habitação que aquelas com rendimento superior a 25 salários mínimos (R$23.850).

A pesquisa aponta como a desigualdade se intensificou, aumentando a disparidade entre classes pois se somados, os dois grupos representam 61,2% das despesas das famílias com menores rendimentos (22% alimentação e 39,2% habitação); em relação às famílias com maiores rendimentos as despesas representam 30,2% do orçamento total (7,6% alimentação e 22,6% habitação), sendo menos que a metade dos que mais precisam. 

Para entender melhor como a má distribuição acontece, às famílias com maior rendimento gastam com alimentação em média R$2.061,34, sendo mais que o triplo do valor médio das famílias brasileiras que gastam cerca de R$658,23; e seis vezes mais que as famílias de renda baixa que gastam R$328,74 com alimentação por mês. 

O gerente da pesquisa, André Martins, diz que “o entendimento do orçamento doméstico, no que se refere às despesas, muda de acordo com a classe de rendimento das famílias”.

Para André, quando se olha para despesas, como as de saúde (6,5%), a participação percentual é bastante parecida entre os dois extremos de rendimento, mas os valores em si são em níveis e tipos diferentes. “Nas famílias de maiores rendimentos, estas despesas vão para plano de saúde [2,9%]. Nas famílias com menores rendimentos, são despesas com remédios [4,2%]”, ressaltou.