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O Surf de Mucuri está vivo! Conheça rotina e desafios do esporte

 

“Surfistas do município falam sobre a cultura, rotina e desafios do surf em Mucuri”

 

Redação Abrolhos Fm

O surf é um esporte muito comum no Brasil devido a costa litorânea que se estende por todo país e as favoráveis condições de ondas, clima e vento que permitem que o esporte esteja presente em diferentes estados do Sul ao Norte do Brasil. Na região do extremo-sul baiano o surf  acontece o ano inteiro, reunindo atletas de várias idades. 

Para conhecer melhor essa rica cultura que está inserida no município de Mucuri mesmo que sem a visibilidade necessária, foi entrevistado Danilo Sambuc e Douglas Pedral, dois surfistas moradores do município que falam sobre a rotina, desafios e superação do esporte. 

Danilo Sambuc que é sócio-educador na Associação Golfinho, explica que surfa na cidade desde a adolescência influenciado pelos mais velhos e começou com bodyboard, que segundo ele é o mais comum das pessoas começarem devido a falta de prática e principalmente quando falta recursos financeiros para comprar e manter a prancha de surf. 

Em relação às influências, Douglas Pedral afirma como foi importante para sua formação enquanto atleta ver os mais velhos surfando e poder aprender com eles, “comecei a praticar com 14 anos e foi vendo a primeira geração de surfista aqui de Mucuri que tive vontade, como eu não tinha dinheiro para comprar prancha, meu primeiro contato também foi com o bodyboard e de lá pra cá nunca mais parei”. 

Outro fator interessante do surf mucuriense é que devido às erosões marinhas que o município vem enfrentando há anos, o grupo de atletas frequentemente busca ondas nas praias do Espírito Santo e essa conexão sempre traz enriquecimento cultural para ambas partes, pois faz com que os surfistas se conheçam e troquem informação. 

“Aqui na cidade, por conta dos fatores climáticos a gente tem que ir pro mar a hora que ele quer, caímos no mar para surfar muitas vezes 5 da madrugada, então muito gente não nos vê e como cada um tem suas responsabilidades, quase sempre não nos encontramos porque se um está livre de manhã outro está livre de tarde e por aí vai, logo firmar um grupo constante aqui pede mais disposição de todos envolvidos.” explica Douglas.

Segundo eles a rotina do surf é realmente estar a disposição do mar, ir quando tem onda e não perder a oportunidades de praticar, justamente porque como todo esporte para conseguir se desenvolver é preciso errar e cair muitas vezes. 

Quando perguntado sobre incentivo em relação a eventos, mobilizações para  expansão do esporte, Danilo e Douglas enfatizam que o incentivo existe somente entre ‘a galera’ do surf, emprestando pranchas, ensinando a entrar no mar, “é o mínimo que nós podemos fazer por nós e pelo surf” Danilo destaca. 

“Agora em relação a incentivo externo, como eventos e mobilizações isso não existe. Surfo em Mucuri há 19 anos mais ou menos e entre idas e vindas eu nunca vi nada do tipo vindo de nenhuma gestão que passou pelo município” afirma Douglas Pedral. 

Para finalizar a conversa, os atletas deixaram um recado para todos independente da idade que tem vontade de aprender ou vontade de voltar a surfar, que vá e não desista de querer fazer algo, “sempre que me perguntam se é difícil surfar, eu respondo que é inesquecível! Porque é mesmo, a pessoa pode até demorar para ficar em pé na prancha, mas quando isso acontece é inesquecível, vale todo o esforço (…) e para além do esporte, o surf é uma forma incrível de se conectar com a natureza, pude estar em lugares inacreditáveis para surfar e isso realmente não tem preço, não há foto que descreva a sensação, por isso surfe.” finaliza Danilo Sambuc.

Para mais informações, acesse o Instagram @mucurisurf . Siga e acompanhe!