Pesquisadores baianos criticaram os exames diulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que atestaram que frutos do mar oriundos do litoral nordestino estão próprios para consumo.
Em entrevista ao A Tarde, o diretor do Departamento de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Francisco Kelmo, disse que o ainda precisa de detalhes.
Ele avalia que a quantidade de animais coletados foi pequena e que falta clareza à metodologia.
“A gente não sabe que partes dos peixes foram estudadas, além disso, a amostra divulgada por eles foi muito pequena em relação à dimensão da costa nordestina, e eles também não disseram as quantidades de hidrocarbonetos encontrada nos animais”, opinou o pesquisador, que coordena um grupo de pesquisa responsável por coletar amostras em três praias do litoral baiano.
O professor Kelmo destaca que, todos os 50 animais colhidos e estudados por seus pesquisadores estavam contaminados pelo óleo.
“Fizemos a análise desses animais e constatamos que dentro de todos eles havia resíduo de óleo no sistema respiratório, no digestório ou em ambos os sistemas. Foi a partir disso que surgiu o alerta para que a população evitasse consumir mariscos e pescados dessa região”, afirmou ao jornal.
Em resposta, o Ministério da Agricultura sustentou que “foram realizadas coletas de pescados, capturados na região atingida, recebidos nos estabelecimentos com registros no Serviço de Inspeção Federal (SIF), cujos resultados não revelaram risco para o consumo humano”. O ministério destacou também que as coletas continuam para o monitoramento e, “caso seja identificado eventual risco, o mesmo será comunicado à sociedade”.
Já a Bahia Pesca informou que “para preservar a qualidade do pescado e a saúde da população, a recomendação é que as pessoas não pesquem ou coletem mariscos em lugares onde tenha sido encontrada a presença de óleo”. O órgão estadual também coletou amostras de frutos do mar e o resultado da análise desse material será divulgado até o próximo dia 22.