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Pandemia dificultou acesso ao trabalho de quase 3 milhões de pessoas na Bahia ; Estado segue com 2ª maior taxa de desocupação

 

Dois milhões de trabalhadores tiveram redução no rendimento mensal. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua referente a maio foi divulgada nesta quarta-feira (24).

Redação FM News

A pandemia do coronavírus fez com que 2,893 milhões de pessoas tivessem dificuldade de conseguir trabalho no mês de maio na Bahia. A informação faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), que foi divulgada nesta quarta-feira (24), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, o estado segue como a segunda taxa mais alta de desocupação em todo país. Em maio, 851 mil pessoas de 14 anos ou mais de idade estavam desocupadas em toda a Bahia, ou seja, procuraram trabalho, mas não encontraram.

O Instituto acrescenta que, além destes trabalhadores, outros 2.041 milhões não estavam em atividade em maio, queriam trabalhar, mas nem chegaram a procurar emprego por causa da Covid-19 ou por falta de oportunidades na região onde viviam.

Na comparação com outros estados, a Bahia ficou atrás apenas de São Paulo que, também em maio, contabilizou 5.988 milhões de pessoas com dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.

Quanto ao total de desocupados, a Bahia registrou, em maio, 14,2% de pessoas nessa situação. Houve redução de 18,7% em relação ao verificado no primeiro trimestre pela PNAD, porém, a taxa seguiu como a segunda taxa mais alta entre os 27 estados, atrás apenas do Amapá, que teve 15,8% de desocupados. A média nacional, segundo a pesquisa, foi de 10,7%.

Pandemia também afeta quem está no mercado de trabalho

A PNAD revelou que, em maio, 5.125 milhões de pessoas trabalhavam na Bahia, o que representa 42,9% do total da população de 14 anos ou mais de idade. O indicador, contudo, ficou abaixo do verificado no primeiro trimestre de 2020, que foi de 47,3%, e era, até então, o menor nível de ocupação registrado pelo PNAD no estado desde 2012.

Dos 5.125 milhões de pessoas com ocupação em maio no estado, 48% delas, ou 2.461 milhões, estavam na informalidade. A pesquisa mostra também que, na Bahia, do total de trabalhadores, 22,7% ou 1.165 milhão de pessoas, estavam temporariamente afastados do serviço em virtude da necessidade de isolamento social. O número é maior que a média nacional, que registrou 18,6%, mas apenas o 11º entre os 27 estados.

Cerca de 280 mil pessoas ou 5,5% da população ocupada estava trabalhando em regime remoto, conhecido como home office. O percentual no estado ficou abaixo do verificado no país como um todo, que foi de 10,3% ou 8,7 milhões de pessoas trabalhando de forma remota. Entre todos os estados, a Bahia ficou em 5º lugar no quesito.

Impacto do rendimento mensal

De acordo com o IBGE, 4 em cada 10 pessoas ocupadas na Bahia ou 2.127 milhões de trabalhadores, tiveram redução no rendimento se comparado ao que costumavam receber regularmente. O percentual de trabalhadores com redução salarial na Bahia foi de 42,4%, o terceiro maior entre os estados, abaixo apenas de Sergipe (43%) e Amapá (42,6%). No Brasil como um todo, 36,4% das pessoas tiveram redução.

A redução média no rendimento de trabalho na Bahia foi de 21,7%. Segundo a PNAD, habitualmente, os trabalhadores no estado recebiam um rendimento médio mensal de R$ 1.555 e, em maio, receberam efetivamente R$ 1.218.

O estudo pontua que todos os 27 estados registraram rendimento médio de trabalho efetivo em maio menor que o habitual. A taxa de redução na Bahia foi a quarta mais intensa, à frente apenas de Pernambuco (-22,4%), Sergipe (-22,2%) e Rio de Janeiro (-21,8%). No Brasil como um todo, a diferença foi de -18,6%.

Procura por unidades de saúde

A PNAD também informou que 1.461 milhão de pessoas, ou 9,8% da população na Bahia, apresentaram pelo menos 1 dos 12 sintomas associados à Covid-19 em maio. O estado teve o sexto maior número absoluto de pessoas relatando ao menos um sintoma, mas ficou em 17º lugar entre as 27 unidades da Federação.

De acordo com a pesquisa, dentre as cerca de 1,5 milhão de pessoas na Bahia que, em maio, tiveram ao menos um sintoma que pode estar associado à Covid-19, 221 mil, ou 14,4%, procuraram atendimento médico em algum estabelecimento de saúde.