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Kit Covid : Governo e Cremeb dizem que cabe aos médicos indicar melhor tratamento ; Em Teixeira assunto causa polêmica

 

Redação FM News 

Após o município de Itagi, no sudoeste baiano, começar com a distribuição de um kit com medicamentos, que inclui inclui hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina, para pacientes com sintomas de coronavírus, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) e o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), adotaram um tom parecido e defenderam a prescrição médica nas indicações dos remédios.

O Cremeb informou que, “embora ainda não exista medicamento ou tratamento cientificamente comprovados para a prevenção e tratamento da Covid19, o médico tem autonomia para prescrever remédios no modelo chamado “fora da bula” (off-label)”. “Para isso, o médico deve ponderar os riscos e benefícios da droga em cada caso, além da necessidade de ter sempre o consentimento do paciente. Deste modo, entendemos que a distribuição destes medicamentos só deve acontecer com a prescrição médica, respeitando a autonomia do médico e do paciente”, diz.

Já a Sesab esclareceu que “cabem aos médicos, a partir da sua avaliação clínica, indicar os melhores tratamentos”. “Não há recomendações ou protocolos clínicos estabelecidos institucionalmente”, apontou. A secretaria ainda colocou o Instituto Couto Maia como exemplo. De acordo com o governo, lá possui protocolo clínico disponível no site e não utiliza cloroquina, hidroxicloroquina ou ivermectina no tratamento. “Reiteramos que cabe a equipe médica as decisões, tendo como base as evidências científicas e análise clínica”, completa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu semana passada uma nota alertando sobre os riscos de tratamentos para o coronavírus que utilizam Ivermectina, medicamento indicado para combate de vermes e parasitas. De acordo com o órgão, não há comprovação científica de que a ivermectina seja efetiva no tratamento da Covid-19. A substância pode causar efeitos colaterais como diarreia, dor abdominal e urticária.

Em Teixeira de Freitas o “Kit Covid” também começou a ser distribuído pela Igreja Batista Memorial. No município de Teixeira a distribuição causou polêmica e foi barrada pela vigilância sanitária.

Segundo a médica Caroline Martins, “a iniciativa privada de Teixeira de Freitas, formada por alguns médicos, alguns empresários, instituições, nos mobilizamos para doar à população carente três medicamentos que estão sendo usados no combate da covid, a hidroxicloroquina, ivermectina e o zinco”.

A Vigilância Sanitária do Estado da Bahia esteve na igreja e “tentou ver irregularidades, mas não havia, pois estamos retendo receita, conforme recomendação da Anvisa, tem termo de consentimento assinado pelo paciente”, e prossegue: “Estávamos felizes, mas hoje fomos surpreendidos pela Vigilância do Estado, que autuou e recolheu todos os remédios que nós, da iniciativa privada, havíamos comprado na mão dessas farmácias de manipulação, com a ameaça de interdição, ou seja, se não entregassem, seriam fechadas”.

O secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, criticou a distribuição do que vem sendo chamado de “kit covid” em diversos locais da Bahia, com medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina.

Fábio Vilas-Boas pontuou que não existe comprovação científica da eficácia desses medicamentos no combate ao coronavírus.

“Primeiro, do ponto de vista técnico-científico, não existe qualquer comprovação de eficácia no que tange a hidroxicloroquina/cloroquina em associação ou não a azitromicina, existem evidências negativas, de que é maléfica, portanto, não deve ser prescrita. E do ponto de vista legal, a liberação destas medicações infringe uma RDC da Anvisa que obriga a dispensação mediante apresentação da receita médica, há uma portaria da Anvisa que exige a presença de um farmacêutico na unidade de saúde de dispensação. Além de recolher a receita que o médico tem que prescrever, tem que ter um farmacêutico registrado para carimbar e liberar”, disse Fábio.