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Gestante morre com suspeita de Covid-19 na Bahia e família alega negligência de hospital

 

Na trigésima sexta semana da gestação, mulher começou sentir sintomas da Covid-19. Segundo familiares, ela tentou atendimento em vários hospitais de Itabuna.

Redação FM News 

Uma gestante de 37 anos, moradora de Itabuna, cidade no sul da Bahia, morreu com sintomas da Covid-19, após procurar atendimento em várias unidades de saúde do município. A família dela alega negligência de equipe médica durante transferência da mulher do Hospital Manoel Novaes para uma UTI em Feira de Santana.

A esteticista Ana Paula estava grávida de Arthur. Na trigésima sexta semana, começou a apresentar sintomas da Covid-19. Segundo a família, ela tentou atendimentos em vários hospitais de Itabuna.

“Foram quatro hospitais, a Santa Casa de Misericórdia, o Calixto, o Novaes, que se negou a atender Ana Paula na terça-feira, o Ester Gomes e a UPA. Para ela ser internada no Novaes, foi obrigado intervenção do Samu, que disse que só saía se Ana Paula fosse internada. A médica da UPA disse que não tinha condições de atender. Ninguém observou, nesse tempo, que Ana Paula estava com sintomas de Covid-19”, disse Otto de Jesus, cunhado de Ana Paula.

Andrea França acompanhou a complicação do quadro de saúde da irmã, que estava com 60% do pulmão comprometido. Ela questionou o procedimento tomado pela equipe de saúde responsável pela transferência de Ana Paula do Hospital Manoel Novaes para uma UTI, em Feira de Santana.

“Colocaram máscara e a enfermeira perguntou para ele, para o profissional que ia na ambulância: ‘Como é que está o oxigênio? Está tudo bem?’ e ele respondeu: ‘Rapaz, eu acho que dá’. Ela questionou: ‘Você acha que dá ou dá, porque se não tiver certeza a gente para aqui agora’. Ele balançou simplesmente o cilindro. Porque o oxigênio que dava para chegar em Feira de Santana, ela não conseguiu chegar em Gandu?”, questionou Andrea.

Na declaração de óbito, emitida no último dia 18, foi diagnosticada morte por insuficiência respiratória aguda. No documento, não foi citada a gestação e não teve referência a morte do bebê. Ainda de acordo com a família, a equipe médica alegou ter tentado fazer o parto no Hospital de Gandu, mas a criança já não tinha batimentos cardíacos.

A família informou que vai recorrer ao Ministério Público da Bahia para tentar esclarecer todas as dúvidas sobre o caso.

A Santa Casa da Misericórdia de Itabuna informou que todas as medidas para a transferência são estabelecidas pela Central de Regulação da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). A instituição também esclareceu que, pelo quadro de saúde da gestante, com complicações respiratórias, a paciente foi transferida em uma ambulância avançada, acompanhada por um médico.

A Santa Casa afirmou ainda que, como sempre ocorre, foi feito o máximo de esforço e oferecido o melhor atendimento possível desde o momento que a paciente deu entrada, em estado muito grave, na sexta-feira (17), no Hospital Manoel Novaes, até a transferência dela no sábado.