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Moradores de Ilhéus fazem novo protesto para pedir ajuda após estragos causados pelo avanço do mar

 

Desde de julho, problema da força da maré aumentou, destruindo casas e cabanas de praias no litoral norte. Defesa Civil estima prejuízo de mais de R$ 6 milhões.

Redação FM News

Moradores de São Miguel e de São Domingos, bairros da zona norte de Ilhéus, cidade do sul da Bahia, fizeram um protesto na BA-262, na manhã desta quarta-feira (23), para pedir providências por causa dos problemas que enfrentam em relação aos estragos causados pelo avanço da maré.

A manifestação ocorreu no trecho que dá acesso a saída para cidade de Uruçuca, que também fica na região sul da Bahia, e para as praias que registram o avanço da maré.

O grupo usou faixas e cartazes para chamar atenção sobre problema, além de bloquear o trânsito por 1h30. Os moradores registraram estragos por causa do avanço da maré nos dias 20 , 21 e também no dia 26 de agosto.

“Decidimos parar porque não está resolvendo as pedras [de contenção]. Vieram 20 caçambas de pedras e não veio máquina. O que adianta as pedras serem jogadas no terreno, sendo que a maré está levando as casas?”, disse Saionara Maria Silva Santos, presidente da Associação de Moradores de São Miguel.

Desde de julho, o problema da força da maré aumentou, destruindo casas e cabanas de praias no litoral norte. O trecho mais atingido tem 4 quilômetros e fica entre os bairros São Domingos e São Miguel. Algumas medidas preventivas, como colocar pedras em alguns pontos, têm sido feitas por moradores e prefeitura, mas não são suficiente.

Em agosto, a prefeitura da cidade decretou situação de emergência por causa da situação e também criou um comitê para ajudar famílias atingidas pelo avanço da maré. Segundo a Defesa Civil, os prejuízos financeiros já passam de R$ 6 milhões. Durante toda a semana passada, a maré atingiu mais de dois metros. Uma casa caiu e outras correm risco de desabamento.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um procedimento administrativo para levantar a situação dos licenciamentos ambientais da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), responsável pelo porto de Ilhéus.

Um estudo feito em 2007, pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo município, aponta que a construção do porto é responsável pelo avanço da maré, causando impactos social, econômico e ambiental em São Miguel e São Domingos.