Cerca de 13% dos domicílios na BA tiveram auxílio emergencial como única fonte de renda em agosto, aponta Ipea
Estudo mostra que estado teve 2º maior percentual do país, ficando atrás apenas do Piauí.
Redação FM News
Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, em agosto, 13,6% dos domicílios baianos tiveram como única fonte de renda o auxílio emergencial de R$ 600 do Governo Federal, nesse período de pandemia da Covid-19. O estado teve o segundo maior percentual do país, ficando atrás apenas do Piauí.
De acordo com o estudo, a dependência exclusiva do auxílio foi crescendo mês a mês, ao longo da pandemia. Em agosto, o percentual representou 663 mil dos quase 5 milhões de domicílios baianos, com 13,6%. Em julho, o estado registrou 13,5%, junho estava em 13,2% e maio 9,68%.
O percentual do estado é mais que o dobro da média nacional, que foi de pouco mais de 6%. Os menores registros foram nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Trabalhadores viram a renda praticamente zerar na pandemia e passaram a depender do auxílio emergencial para garantir o alimento da família. “Faz isso tudo, para chegar na hora “h” e levar leite para o filho, uma comida, um alimento para a família”, disse o vendedor Fábio Oliveira.
Na comparação com julho, o estudo revelou também que os trabalhadores baianos receberam, em agosto, 87% dos rendimentos habituais. Esse foi o segundo pior resultado do país, à frente apenas do Rio Grande do Sul [86,5%].
“Está sendo sustentar, infelizmente, com o auxílio. Porque ele não dá, nós temos o gás para comprar, a luz, a água, fora alimentação, que hoje tudo subiu, está caro e difícil”, contou a diarista Andrea Cristina Silva.
“No Nordeste, por ter uma maior proporção de domicílios e pessoas que trabalham no mercado informal ou por conta própria, agravou a situação. Essa população que mais teve que se afastar do trabalho, porque não tinha como continuar, acabaram perdendo a sua renda”, explicou Sandro Saccet, autor da pesquisa do Ipea.
Agora, a preocupação de algumas pessoas que recebem o benefício, gira em torno da redução da parcela do auxílio emergencial, que caiu de R$ 600 para R$ 300. A Caixa Econômica Federal começou a pagar, nesta quarta-feira (30), o “auxílio emergencial de extensão” para beneficiários nascidos em janeiro.
Segundo Sandro Saccet, com a retomada da economia, a tendência é que a renda das famílias que dependem do auxílio, seja um pouco maior do que a recebida antes da pandemia.
“A gente notou que, ainda assim, para esses domicílios de renda muito baixa, a renda deles fica acima do habitual, cerca de 5% a 6% do que era antes da pandemia”, completou.