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Baianos entram na lista das 100 pessoas de descendência africana mais influentes do mundo

 

Promotora e dentista foram reconhecidos nas categorias ‘Grandes Mentes Jurídicas’ e ‘Saúde e Heróis da Covid-19’. Eles serão inseridos na agenda da Década Internacional das Nações Unidas para Afrodescendentes.

Redação FM News

Dois baianos entraram na lista das 100 Pessoas Mais Influentes de Descendência Africana (Mipad). Os escolhidos foram a promotora Lívia Maria Sant’Anna Vaz, do Ministério Público da Bahia (MP-BA), e o dentista Arthur Igor Cruz Lima, fundador da startup AfroSaúde.

Lívia Maria Sant’Anna Vaz aparece na lista na categoria “Grandes Mentes Jurídicas” pelo trabalho no combate ao racismo e à intolerância religiosa. Já Arthur Igor Cruz Lima foi escolhido na categoria “Saúde e Heróis da Covid-19”, pela solução tecnológica de serviços de saúde voltados para a comunidade negra.

O Mipad é uma iniciativa que identifica grandes atores de ascendência africana com contribuições positivas em todo o mundo. Os reconhecimentos estão inseridos na agenda da Década Internacional das Nações Unidas para Afrodescendentes, que iniciou em 2015 e seguirá apresentando estas lideranças até 2024.

Eles são concedidos a grandes empreendedores de descendência africana que atuam em setores públicos e privados de todo o mundo e formam uma rede progressiva de atores relevantes para se unirem no espírito de reconhecimento, justiça e desenvolvimento da África e do seu povo.

Outros baianos que integram a lista são o cantor Léo Santana, na categoria Mídia e Cultura, e a Doutora Jaqueline Góes, biomédica que coordenou a equipe que sequenciou o genoma do vírus em 48 horas, tempo recorde em relação a outros países. A soteropolitana está na categoria “Saúde e Heróis da Covid-19”.

“Compor a lista é sem dúvida o reconhecimento da importância do trabalho que vem sendo realizado junto ao MP da Bahia e, mais do que isso, significa um incentivo pra continuar nessa atuação de enfrentamento ao racismo e à intolerância religiosa, e promoção da igualdade racial”, comemorou a promotora.

Lívia Vaz ingressou no MP baiano em 2004, atuou nas comarcas de Brejões, Macaúbas, Seabra e Itabuna até chegar em Salvador. Na capital, ela começou a atuação específica na Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e também passou a coordenar, em 2015, o Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação do MPBA (GEDHDIS).

O resultado também foi comemorado por Arthur Igor Cruz Lima. Por causa da pandemia da Covid-19, a AfroSaúde, uma iniciativa que usa a tecnologia para solucionar problemas em saúde, se mobilizou para criar uma rede de apoio para atender moradores que vivem nas periferias de Salvador.

A ação, que arrecadou R$ 36.860,00, bateu a meta estipulada em R$ 30 mil. Entre março e agosto, profissionais de saúde deram suporte aos moradores através de teleatendimento.

“Eu recebi essa notícia com certa surpresa. Eu estava trabalhando e do nada chegou o e-mail. A questão bacana do Mipad é a conexão das pessoas que são negras e estão sempre fazendo algo semelhante ao que eu faço aqui, seja na África ou em outros lugares do mundo”, contou o dentista.

Arthur Igor se formou na Faculdade Baiana de Medicina em 2015, trabalhou pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade de Rio Real e depois fez residência em saúde da família (Fesf/Fiocruz), atuando em Itinga, Lauro de Freitas. Atualmente, faz mestrado na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba). A tese de dissertação vai ser sobre qualidade de vida e ansiedade dos dentistas durante a pandemia.