Moradores de vila no extremo sul da BA protestam contra festa de réveillon de 7 dias na região
Evento está previsto para começar no dia 27 de dezembro e terminar no dia 2 de janeiro. Moradores fizeram abaixo-assinado para pedir cancelamento à prefeitura.
Redação FM News
Moradores da vila de Santo André, em Santa Cruz Cabrália, cidade no extremo sul da Bahia, fizeram um protesto, nesta quinta-feira (11), contra uma festa de réveillon com previsão para durar 7 dias na região. Muitos deles temem que a festa favoreça as aglomerações em meio à pandemia da Covid-19.
O protesto aconteceu em frente ao campo de futebol da vila, pedindo o cancelamento do evento de fim de ano. Os moradores contaram que, até o momento, o povoado registrou apenas 7 casos do novo coronavírus.
“Somos contra o momento em que o Brasil, o mundo, está enfrentando com essa pandemia”, disse Jânio Alcântara – presidente da Associação de Moradores de Santo André (Amasa).
Preocupados, alguns moradores estão fazendo um abaixo assinado para pedir o cancelamento da festa à prefeitura da cidade e ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).
“As pessoas que estão assinando aqui são contra essa festa de 7 dias que estão querendo organizar na Casa Praia, no momento de pandemia. Não podemos reunir tanta gente, não podemos trazer tanta gente de fora, estamos preocupados com a saúde da vila. Até agora, nós nos cuidamos muito, temos pouquíssimos casos”, relatou a moradora Marília Viegas Araújo, professora de ginástica.
No entanto, algumas pessoas relataram que são a favor do evento. A artesã indígena, Andorinha Pataxó, acredita que os visitantes vão ajudar a melhorar a renda da vila, que sobrevive do turismo.
“Eu creio que com toda a responsabilidade, cuidados, e reduzindo a quantidade de pessoas, dá para acontecer. Porque, de qualquer forma, nós temos que começar assim mesmo, aos pouquinhos”, contou Andorinha.
O evento está previsto para começar no dia 27 de dezembro e terminar no dia 2 de janeiro, no Espaço Casa Praia, mais ao norte da vila. A área, que tem 4 mil metros quadrados, é aberta e tem capacidade pra receber até 600 pessoas.
Por enquanto, a capacidade máxima permitida pela prefeitura em eventos é de 200 pessoas. A produção local do evento disse que pediu à prefeitura as autorizações para uma festa com 600 pessoas e ainda aguarda uma resposta.
A produção destacou ainda que a festa vai gerar renda e empregos, e que todos os participantes e funcionários serão testados antes de entrarem no evento.
“Nós já procuramos os órgãos, principalmente a secretaria de saúde, a pessoa Renata, e da Vigilância Sanitária que é o Denison. Eles vão dar todo o suporte, já disseram para a gente que tem a possibilidade de testar todo mundo, com um preço de custo, então nós vamos arcar com esse valor”, explicou Mirian Silva, produtora local do evento.