Dados relativos ao 3º trimestre compõem o Boletim de Conjuntura da Bahia, da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI)
Os resultados das principais atividades econômicas da Bahia apresentaram um processo de recuperação no 3º trimestre de 2020, em relação ao 2º trimestre do ano. As informações, divulgadas nesta semana, fazem parte do Boletim de Conjuntura da Bahia – 3º trimestre de 2020, da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan).
“Este processo de recuperação do terceiro trimestre é bastante significativo, mesmo ainda diante de um cenário adverso devido aos efeitos da pandemia do coronavírus. Destaque para a produção agrícola, cuja safra de grãos deve ser recorde em 2020, com crescimento de 19,7% acima da safra de 2019. Vale ressaltar também os setores da Indústria, Serviços e Varejo, todos com significativo crescimento em relação ao segundo trimestre deste ano, impactando positivamente na geração de empregos”, destaca o secretário estadual do planejamento, Walter Pinheiro.
Dados do 10° Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de outubro, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a safra baiana de grãos deve alcançar 9,9 milhões de toneladas em 2020. Esse resultado praticamente consolida o desempenho da safra de grãos da Bahia em 2020, o melhor resultado da série histórica da pesquisa, com crescimento considerável da produtividade média dos grãos estimada em 3,1 toneladas por hectare, cerca de 20% superior à do ano passado.
A indústria geral (extrativa mais transformação), um dos setores mais afetados no início da pandemia, registrou, em setembro, sua quinta alta consecutiva, 4,0% ante o mês de agosto, na série com ajuste sazonal, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. A indústria geral da Bahia (extrativa mais transformação), diante de um cenário adverso, registrou uma recuperação expressiva no 3º trimestre, de 18% em relação ao 2º trimestre.
O Comércio Varejista baiano foi bastante impactado pelas medidas adotadas pelas autoridades sanitárias para conter a propagação do vírus, como fechamento de estabelecimentos não essenciais, distanciamento social e restrição de circulação de pessoas. A partir de julho, o processo de flexibilização foi iniciado, com efeitos muito positivos sobre o Comércio Varejista, que registrou em julho, crescimento de 9,7%, frente a junho, na série com ajuste sazonal. Os meses de agosto e setembro cresceram 8,5% e 0,8%, respectivamente, na mesma base de comparação. O Comércio Varejista apresentou, no 3º trimestre, um crescimento recorde em relação ao 2º, com variação de 27,9%, após queda relevante de 15,6% no 2º trimestre no mesmo período confrontado.
O setor de Serviços, o mais afetado pela pandemia, respondeu de maneira satisfatória às medidas de flexibilização iniciadas em julho, crescendo dois meses seguidos, agosto e setembro, em relação ao mês anterior. No 3º trimestre cresceu 4,4% em relação ao 2º trimestre, após uma queda recorde de 23,1% no 2º trimestre, que concentrou os impactos das medidas de isolamento social para enfrentamento da pandemia, comparado com o 1º trimestre.
Os resultados positivos apresentados por três atividades fundamentais para o crescimento da economia refletiram na geração de empregos formais na Bahia no 3º trimestre, com a geração de 30.063 empregos, após uma redução forte do 2º trimestre de 57.655 postos de emprego formal, contribuindo para reduzir o saldo negativo do ano, que ficou em 32.515 postos. Diante dessa conjuntura adversa, o Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia, no 3º trimestre em relação ao 2º, mostrou uma recuperação, já apontada pelos indicadores coincidentes, de 4,7%.
Para Luiz Mário, técnico da SEI, o resultado do 3º trimestre mostra uma recuperação da atividade econômica, mesmo sobre uma base deprimida, como a que foi registrada no 2º trimestre. Ele acrescenta que, “as perspectivas para o 4º trimestre são de um crescimento modesto em relação ao 3º, e ainda negativo ao mesmo período de 2019. Diante desse cenário, foi revisado positivamente a projeção do PIB de 2020 para uma contração menor de 3,7%, ante previsão inicial de -5,5% no 2º trimestre”, salienta.
Foto: Paula Fróes/GOVBA