Agricultura familiar baiana comemorou Dia Mundial do Café com inovações, qualidade do produto e renda para o agricultor
No Dia Mundial do Café, a agricultura familiar comemorou o crescimento da cafeicultura baiana, que ganha cada vez mais destaque no cenário nacional e celebra, principalmente, a renda no bolso do agricultor. O estado é o quarto maior produtor de café do país, e se destaca na produção do café tipo Arábica.
Com investimentos do Governo do Estado, associações e cooperativas vêm diversificando a produção, melhorando a qualidade do produto e se estruturando para alcançar novos mercados do Brasil e do exterior, com uma diversidade de marcas, classificadas entre o Tradicional, Gourmet, Especial, Premium, Superior e Orgânico, atendendo a todos os paladares e às exigências dos consumidores.
A Cooperativa de Cafés Especiais e Agropecuária de Piatã (Coopiatã), localizada na Chapada Diamantina, e a Cooperativa Mista dos Pequenos Cafeicultores de Barra do Choça e Região (Cooperbac), são exemplos de resultados desse apoio e, juntas, somaram R$2,7 milhões em faturamento, somente em 2020.
Desde 2015, já foram investidos mais de R$14 milhões no sistema produtivo do café, por meio do Bahia Produtiva, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). A expectativa é que, até 2022, seja aplicado um total de R$ 20 milhões no sistema produtivo do café.
Além da Coopiatã e Cooperbac, outros 10 empreendimentos da agricultura familiar recebem recursos do projeto, beneficiando diretamente mais 700 famílias, possibilitando agregar valor à produção e alavancar a comercialização dos produtos e a geração de renda.
De acordo com o secretário da SDR, Josias Gomes, o café entrou definitivamente para a agenda da agricultura familiar: “Hoje, temos destaques nacionais de cafés produzidos por cooperativas apoiadas pelo Governo. Nesta semana, dizemos à Bahia e ao Brasil que, aqui, a agricultura familiar entrou com força nesse mercado tão competitivo, com qualidade e condições de disputar, em pé de igualdade, com grandes produtores e produtos”.
Café de alta qualidade
A Coopiatã tem conquistado destaque na produção do café 100% arábica, de alta qualidade, e sido premiada no principal concurso do mundo, o Cup Of Excelence. A cooperativa tem uma produção anual de quatro a cinco mil sacas de café, comercializadas em nove marcas. Os cafés são vendidos, em grão ou moído, segundo a classificação de Tradicional, Gourmet, Especial e Superior, e exportados para a Austrália. O faturamento anual da cooperativa é de aproximadamente R$ 1,4 milhão, que rende uma média mensal de R$ 3 mil para cada cooperado e cooperada.
Outro empreendimento que tem despontado no mercado de produtores de café da Bahia é a Cooperativa Mista dos Pequenos Cafeicultores de Barra do Choça e Região (Cooperbac), localizada em Barra do Choça, no Sudoeste Baiano. Atualmente, são produzidas e comercializadas pela cooperativa quatro marcas de café, com produtos segmentados para mercados diversificados. Todos os cafés produzidos pela Cooperbac são 100% puros, sem qualquer resquício de palha ou impurezas, comumente presentes em marcas existentes no mercado. O cuidado na forma de produzir, na colheita, pós-colheita e beneficiamento, e os cuidados com a sustentabilidade estão presentes em todos os processos. A dedicação e o empenho das famílias produtoras já garantem uma renda mensal entre R$ 3 mil a R$ 8mil para cada uma delas.
A presidente da Cooperbac, Joahra de Oliveira, explica que os investimentos estão qualificando desde o campo, com a instalação de estufas e despolpadores, até a agroindústria, com maquinários: “A gente consegue observar uma agregação de valor de até R$150 reais por saca. Café que antes secava no chão batido, hoje é seco na estufa. Comparando um café cereja natural, que é vendido a R$670,00, com um café que foi despolpado e seco em estufa, o agricultor que usou os itens de qualidade de pós-colheita consegue vender a R$750. Isso representa um ganho considerável, tendo em vista que vai ser multiplicado pelo número de sacas produzidas”.
Laboratório de classificação
No último mês de março, os recursos aplicados na Cooperbac permitiram a instalação do Laboratório de Classificação Sensorial de Café, o primeiro da agricultura familiar da Bahia, e em menos de um mês de funcionamento já gerou um lucro de mais R$200 mil para a cooperativa. “Agora, nosso café sai com laudo e podemos negociar melhor com as empresas. É grande avanço para o café baiano”, comemora a presidente Joahra
No laboratório, são realizadas a análise e identificação da qualidade do café entregue pelo associado, sendo possível identificar o tipo do café, que pode ser bebida dura, rio ou despolpado. São direcionados para os clientes interessados em comprar cada tipo específico de café, além de identificar possíveis erros nas etapas do processo de produção, para qualificar ainda mais o produto comercializado pela cooperativa.
Fonte: Ascom/SDR/CAR