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Cooperativa da agricultura familiar aposta em segmentação de público para se estabelecer no mercado de café

 

A produção de café do sudoeste baiano vem ganhando espaço no competitivo mercado de café e se destacando como uma das maiores da Bahia e entre as melhores do Brasil. Isso é resultado do trabalho de organizações produtivas da agricultura familiar, especialmente da Cooperativa Mista dos Pequenos Cafeicultores de Barra do Choça e Região (Cooperbac).

 

Atualmente, a cooperativa, que possui 335 cooperados, produz e comercializa quatro marcas de café, com produtos segmentados para mercados diversificados. A produção gera emprego e renda para mais de nove mil pessoas, direta e indiretamente, fortalecendo a economia local, sendo a principal fonte econômica do município de Barra do Choça.

 

A cooperativa produz o Café Tia Rege, que passa por rigoroso controle de curva de torra, da temperatura e do tempo de processamento. É um café destinado a consumidores que, apesar de exigirem qualidade de aroma e sabor, buscam preços mais acessíveis para o produto. Outra marca é o Café Cooperbac, que possui características similares, mas é recomendado para um consumidor que anseia por um sabor mais diferenciado.

 

São produzidos ainda o Café Gourmet Cooperbac, com grãos selecionados e processo apurado de torra, que apresenta notas achocolatadas, para o consumidor que busca novas experiências sensoriais; e o Café Frutos da Terra, que resulta da mistura entre os cafés do tipo Arábica e tipo Conilon e também atende a preferências do mercado em termos de cor, aroma e textura, aliados a preços ainda mais baixos e competitivos.

 

A presidente da Cooperbac, Joara Oliveira, explica por que a cooperativa optou por estar presente no mercado com outras variedades de café: “Quando a gente vai adquirindo conhecimento acerca da comercialização, com a ajuda de profissionais da área, a gente começa a enxergar as necessidades dos clientes. Observamos clientes que gostam de um café especial, outros que apreciam o orgânico, e outros que preferem o tradicional. São diferentes tipos de clientes, então voltamos o nosso olhar para cada um deles”.

 

Diferenciais dos cafés Cooperbac

Toda produção da Cooperbac é 100% pura, sem qualquer resquício de palha ou impurezas. O cuidado e os critérios de sustentabilidade estão presentes em todos os processos de produção. Desde a seleção dos grãos, o aproveitamento das cascas para a produção de adubo e até da fumaça das torrefadoras, utilizadas no retorno do processo na forma de calor, tudo é minimamente controlado. Outro diferencial é o Selo de Identificação de Produtos da Agricultura Familiar (SIPAF).

 

Leonardo Tavares, proprietário da Biscoitaria João e Maria, no município de Lauro de Freitas, é consumidor e revendedor assíduo do Café Cooperbac: “É um produto de boa qualidade e de custo baixo. Quem gosta de um bom café não abre mão de experimentar. Além de 100% Arábica, os grãos são de tamanhos iguais e bem torrados, agradando aos paladares mais exigentes”.

 

Investimentos na Cooperbac

O Governo do Estado está destinando recursos da ordem de R$ 4,4 milhões para a Cooperbac, por meio do projeto Bahia Produtiva, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Banco Mundial.

 

Os recursos estão sendo aplicados em ações de assistência técnica e extensão rural (Ater), na qualificação da agroindústria, de maneira a se ter uma infraestrutura mais adequada para a melhoria da produtividade e da qualidade do grão. Os investimentos foram aplicados também na readequação de embalagens, em estratégias de comercialização e distribuição dos produtos.

 

A cooperativa também passou a contar com o Laboratório de Classificação Sensorial de Café, gerenciado por jovens, filhos de cooperados, capacitados para fazerem a certificação e emissão de laudos técnicos, que habilitam o produto da Cooperbac para a comercialização junto com grandes marcas nacionais de café. A previsão é que, partir deste ano de 2021, cerca de 20 toneladas de café, inicialmente, sejam comercializadas para o mercado chinês.

 

Fonte: Ascom/SDR/CAR