A busca por Lázaro Barbosa de Sousa, 32, acusado de assassinar brutalmente uma família no Distrito Federal, entrou no seu 9º dia nesta quinta-feira (17), envolvendo uma força-tarefa com mais de 200 policiais e até o uso da Força Nacional.
Conhecido como “serial killer do DF” ou “serial killer de Goiás”, ele possui uma extensa ficha criminal, e é descrito pelas autoridades como um psicopata. Ele também é investigado pela morte do caseiro de uma fazenda localizada no distrito de Girassol, em Cocalzinho de Goiás. O crime foi cometido quatro dias antes da chacina em Ceilândia.
A perseguição a Lázaro ganhou o reforço de drones equipados com infravermelho. Os equipamentos são capazes de identificar movimentos no meio da mata e são usados principalmente à noite. É nesse período que ele abandona os lugares onde se esconde durante o dia para buscar alimentos e continuar a fugir do cerco policial, segundo afirma a coordenação da força-tarefa.
“Temos a informação de que ele se movimenta à noite. Então esses drones podem captar algum movimento em alguma clareira, em algum ponto aberto nessa mata”, disse o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, em entrevista coletiva.
FORÇA NACIONAL
Nesta quinta, o Ministério da Justiça enviou um grupo de 20 integrantes da Força Nacional para ajudar nas buscas, que se concentram nas imediações de Edilândia, em Goiás, povoado localizado no entorno do DF, a pouco menos de 100 km de Brasília.
Foram mobilizadas centenas de agentes de segurança de Goiás e da capital do País. Segundo as autoridades, Lázaro é experiente em se movimentar em uma região de muitas chácaras e de mata e, por isso, vem conseguindo furar o cerco policial.
Helicópteros e cães farejadores também são usados na operação, e barreiras foram montadas nas rodovias que cortam a região. As polícias Federal e Rodoviária Federal auxiliam no trabalho.
Na tarde desta quinta, Lázaro trocou tiros com a polícia em uma fazenda em Girassol, segundo informações do site Metrópoles. Integrantes das forças policiais disseram que encontraram no local uma vela com o nome do criminoso, reforçando a suspeita de que Lázaro pratica rituais satânicos.
FAKE NEWS
Ainda conforme disse o secretário Rodney Miranda em entrevista nesta quinta-feira, a grande repercussão do caso tem gerado o surgimento de muitas informações falsas, atrapalhando a operação policial.
“É um problema sim. Não só essa fake news [de que Lázaro estaria em um cemitério], como outra de que ele já havia sido baleado, que já estava morto. Tudo isso atrapalha, porque não só a nossa Inteligência, como as unidades de operação, tem que checar. Às vezes a gente deixa de atender mais rapidamente uma informação procedente, para atender uma que não tem relevância”, disse.
O secretário explicou que novas informações recebidas pelas equipes nas últimas horas estão sendo checadas.
“Duas pessoas avistaram ele. Já estivemos nos dois locais e as informações são muito boas. A nossa Inteligência está fazendo outros filtros para ver se realmente confere”, pontuou.
CRIMES
Lázaro é apontado como autor dos assassinatos de Cláudio Vidal de Oliveira, 48, Gustavo Vidal, 21, e Carlos Eduardo Vidal, 15, a família morta em Ceilândia. Os corpos estavam sob folhas para que não fossem vistos pelas buscas aéreas da polícia.
Cleonice Andrade, 43, foi levada como refém e seu corpo foi localizado três dias depois, às margens de um córrego, sem roupas. Conforme a polícia, a vítima foi executada com um tiro na nuca.
Desde então, há relatos que apontam a invasão por ele em outras propriedades no DF e em Goiás, tendo trocado tiros com um funcionário de uma fazenda, roubado armas, veículos e, obrigado um caseiro a cozinhar e fumar maconha com ele.
Além do quádruplo latrocínio em Ceilândia, é atribuída a ele uma tentativa do mesmo crime em 2020, ao invadir uma chácara em Goiás para roubar e atingir um idoso com um machado.
CONDENADO NA BAHIA
Seu histórico de crimes tem cerca de 13 anos. Lázaro possui condenação por duplo homicídio na Bahia. É considerado foragido da Justiça também por estupro, roubo à mão armada e porte ilegal de arma de fogo, acusação que o levou à cadeia em 2013 no DF.
Após três anos, ele foi colocado em regime semiaberto e fugiu. Em 2018, Sousa foi preso pela polícia de Goiás, mas conseguiu escapar novamente. Desde então, vem sendo procurado pela polícia.
Escrito por Folhapress e Diário do Nordeste,