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Webinar sobre segurança hídrica apresenta o Programa Reflorestar como exemplo de restauração florestal

 

O webinar organizado, essa semana pela World Resources Institute (WRI Brasil), instituição global de pesquisa com atuação em mais de 60 países, apontou a importância do investimento em infraestrutura natural como alternativa para contribuir, positivamente, no abastecimento de água no Espírito Santo. E também foi usado o modelo de gestão do Programa Reflorestar, do Governo do Estado, como iniciativa estratégica e potencial.

Com a temática “Florestas para segurança hídrica: o caso do Espírito Santo”, o evento contou com a presença de importantes instituições nacionais e internacionais, e promoveu um debate sobre oportunidades e benefícios da restauração florestal e de soluções baseadas na natureza para todo o País.

O estudo lançado pela WRI Brasil demonstra que investimentos em infraestrutura convencional, como reservatórios e barragens, podem ser mais efetivos se acompanhados de investimento em infraestrutura natural, como restauração de paisagem e florestas. Segundo o estudo, esta restauração florestal pode ser eficaz e estratégica para enfrentamento de crises hídricas e na geração de retorno econômico.

Ainda segundo o estudo, o investimento em infraestrutura natural tem a capacidade de melhorar as condições de sedimentação, diminuindo a erosão ou perda de solo. Isso acaba impactando positivamente na reservação dos reservatórios e também no custo evitado em eventuais dragagens, para manter a capacidade dos reservatórios.

No Espírito Santo, dos resultados de analise feitas nas bacias dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória, que abastecem toda a Grande Vitória, mostram que a restauração florestal, em áreas estratégicas, reduziria significativamente os custos de tratamento de água. Desta forma, fortalecer as governanças das bacias e também investir em convergências de objetivos de restauração florestal e no gerenciamento de recursos hídricos são necessários para aumentar captação de recursos e implantar a infraestrutura natural. E muitas políticas públicas de práticas expandidas estão sendo implantadas na região.

Para o secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Fabricio Machado, o estudo reafirmou o quanto é estratégico investir em política de restauração florestal e do quanto o Programa Reflorestar vem contribuindo para o cumprimento de metas internacionais, em restauração e conservação florestal, além da geração de renda aos produtores rurais capixabas.

“O Governo do Estado vem cumprindo seus compromissos internacionais de restauração florestal, na ampliação das ações para combate e mitigação a eventos extremos climáticos, em políticas de saneamento e de revitalização das bacias hidrográficas. Temos o Programa Reflorestar como principal referência nacional de preservação e restauração florestal de larga escala. E estamos amadurecendo o programa. Já no próximo edital, que será lançado nas próximas semanas, iremos priorizar áreas de bacias já beneficiadas pelo programa, como Jucu e Santa Maria da Vitória, por exemplo, mas pela primeira vez também investiremos em 106 microbacias de abastecimento em todo o Estado. O Programa será ainda mais amplo e estratégico para melhorarmos o abastecimento de água”, explicou o secretário Fabricio Machado.

Para a representante do WRI Brasil, Mariana Oliveira, é imprescindível entender a importância do investimento em infraestrutura natural para água como um investimento que corresponde a proteção, restauração ou gerenciamento estratégico de sistema naturais florestais, ou outras formas de vegetação, visando contribuir para o principais os serviços de infraestrutura, como o abastecimento de água.

A gerente de planejamento, pesquisa e apoio ao Sigerh/ES, da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Monica Amorim, contribuiu para o debate, ressaltando a importância da infraestrutura florestal para a conservação e revitalização das bacias hidrográficas do Espírito Santo, cujos Planos de Recursos Hídricos incluem metas e ações relacionadas à agenda florestal para a melhora da qualidade e quantidade de água.

“Ao longo dos últimos anos, nós trabalhamos intensamente no planejamento de ações para os recursos hídricos capixabas a serem executadas durante os próximos 20 anos. Hoje, muita coisa já avançou como o planejado, mas nós estamos desenvolvendo estudos de articulação e pactuação para propor estratégias de implantação de algumas ações dos planos, por meios alternativos à cobrança pelo uso da água, e o desenvolvimento de um sistema de acompanhamento dessas ações. Muitas já vêm sendo colocadas em prática, mas como ainda não há como acompanhá-las pública e sistematicamente, a gente pode ter a impressão de que nada saiu do papel, mas muita coisa vem sendo realizada e o lançamento desse estudo é um exemplo. Nossa meta agora é buscar alternativas para colocar em prática o que a gente já sabe que precisa fazer”, disse a doutora em Oceanografia Ambiental e gerente da Agerh, Monica Amorim.

 

O Programa Reflorestar

Desde 2011, foram mais de 10 mil hectares recuperados e mais de 10 mil hectares de florestas em pé reconhecidas com pagamentos por serviços ambientais (PSA), oportunizando renda ao produtor rural. Além disso, são mais de 285 mil hectares de florestas, em regeneração natural, sendo monitoradas por imagens de satélite. O programa já contratou mais de R$ 70 milhões e atendeu quase 4.000 propriedades rurais em todo o Espírito Santo.

Com o novo edital programado para 2021, serão contemplados além de propriedades da região do Caparaó e das bacias dos rios Santa Maria, Jucu e Reis Magos, também serão incorporadas áreas de 106 microbacias de abastecimentos de populações, em todo o Estado. Será um investimento de mais de R$ 31 milhões para atendimento de 900 novas propriedades, durante 5 anos de acompanhamento da execução destes novos contratos, que deverão possibilitar o início de restauração florestal de mais 1.800 hectares.

 

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Seama
Paulo Sena