“Foram 237 mortes violentas no país, por homotransfobia em 2020.”
Algumas iniciativas buscam diminuir a violência contra a população LGBTQIA+ no Brasil. Uma delas é a Casa Florescer, que apoia travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade.
No local, vivem 30 mulheres que já estiveram em situações de perigo. É o caso da universitária Flávia Santos, em quem já tentaram até atirar uma pedra. Os dois homens que ela nunca tinha visto fugiram depois da agressão.
“Eu senti o misto. Primeiro indignação e depois o outro sentimento que tomou conta de mim foi de vulnerabilidade”, disse à aluna.
De acordo com o Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil e o Atlas da Violência, a expectativa de vida de transexuais e travestis no país é de apenas 35 anos. Em 2020, foram 237 mortes violentas no país, por homotransfobia.
Formulário no CNJ
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estuda a criação de um formulário proposto pela cantora Daniela Mercucy. Com o documento, seria possível reunir dados mais precisos sobre a violência contra a população LGBTQIA+.
A ideia é permitir que o sistema de Justiça identifique as situações em que as vítimas de preconceito devido à orientação sexual estão mais sujeitas a perigo de agressão ou morte. Consequentemente, seriam aplicados os mecanismos legais para garantir proteção e integridade física.
Delegacia contra a intolerância
Há menos de um ano, foi inaugurada no Rio Grande do Sul a primeira delegacia de combate à intolerância. Em Canoas, o local é especializado em vítimas de crimes de ódio, mas também atende outras ocorrências.
Há também a estrutura para oferecer, além de segurança, acolhimento às vítimas. Toda a equipe passou por cursos de capacitação para o atendimento das vítimas de intolerância.
Segundo a delegada Tatiana Bastos, a delegacia “faz todos os encaminhamentos para a rede de proteção visando assegurar a proteção e o cuidado dessa população”.
/CNN Brasil