Em meio à disparada da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou novamente a taxa básica de juros, a Selic, a 9,25% ao ano. A mudança traz alterações na regra da poupança.
Quando a taxa básica de juros está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a variação da TR (Taxa Referencial), que hoje está zerada, o que dá cerca de 0,44% ao mês. Já quando a Selic ultrapassa 8,5%, ela volta a render pela regra antiga, de 0,5% ao mês mais TR.
Apesar da alta, quem gosta desse tipo de investimento não precisa sacar o que investiu nos últimos anos para reinvestir agora, com uma taxa mais favorável.
Segundo Mario Cezar Oliveira, educador financeiro da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), todo o montante aplicado na poupança, com o aumento da Selic, deve render 0,5% ao mês mais TR.
“A regra é aplicada para todos os depósitos a partir de 2012. Então, não é necessário tirar o depósito e reaplicar”, disse.
Para ele, apesar do maior rendimento, a poupança continua com menor atratividade do que outros produtos de renda fixa. Os pontos a favor desse investimento são outros.
“A poupança tem segurança e praticidade. Então, não é o foco da rentabilidade até porque, pensando em rentabilidade real, a poupança já traz uma rentabilidade negativa”, afirmou.
O Banco Central estuda mudar a regra de correção da caderneta de poupança, de acordo com o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Ele não deu detalhes de como seria essa alteração, mas a ideia é deixar a poupança mais próxima dos juros dos financiamentos imobiliários.
A mudança é uma reivindicação antiga de participantes do setor imobiliário, cuja principal fonte de recursos vem da poupança.
Por Vinícius Silva / CNN