FM NEWS

A Freqüência da Notícia

Destaques Tecnologia

Chefe do Instagram responde a questões sobre impacto da plataforma nas crianças

 

O chefe do Instagram, Adam Mosseri, deve depor pela primeira vez perante a subcomitê do Senado nesta quarta-feira, enquanto legisladores o interrogam sobre o impacto do aplicativo na saúde mental das crianças.

Mosseri é a figura mais conhecida da Meta, a empresa anteriormente conhecida como Facebook, a depor perante membros do Congresso desde que a denunciante do Facebook, Frances Haugen, vazou centenas de documentos internos.

Alguns desses arquivos mostraram que a empresa sabia como o Instagram pode prejudicar a saúde mental e a imagem corporal, especialmente dos adolescentes.

Blumenthal já havia convocado Mosseri ou o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, para responder questões sobre o impacto do Instagram nas crianças.

Mosseri argumentará que a plataforma trabalha há muito tempo para assegurar o bem-estar de seus usuários adolescentes e mostra apoio à regulamentação governamental das mídias sociais no que diz respeito às crianças, de acordo com seus comentários prévios.

“Além de garantir que os jovens estejam seguros no Instagram, acreditamos que é importante apoiar os usuárops que estão enfrentando problemas com a saúde mental e o bem-estar”, disse Mosseri nos comentários.

“Às vezes, os jovens vêm para o Instagram lidando com coisas difíceis em suas vidas. Eu acredito que a rede social pode ajudar muitos deles nesses momentos.”

Ele também deve citar estudos internos para apoiar essa declaração e destacar como o Instagram se apoia em organizações e especialistas externos para informar as mudanças em seus aplicativos.

“Nos preocupamos profundamente com os adolescentes no Instagram, e é por isso que pesquisamos coisas complexas como bullying e comparação social para fazermos mudanças”, afirmam os comentários.

Crianças jogando vídeogame celular
Congresso quer explicações sobre as ações da plataforma para manter o bem-estar das crianças que usam o Instagram / Foto: Eric Gaillard/Reuters

Antes da audiência desta semana, o Instagram lançou uma nova ferramenta chamada Take a Break (dar um tempo, na tradução), que tenta encorajar os usuários a ficarem algum tempo longe da plataforma depois de terem rolado a tela por um determinado período.

A empresa também disse que adotará uma “abordagem mais rígida” com relação ao conteúdo que recomenda aos adolescentes e os direcionará ativamente para diferentes tópicos, como arquitetura e destinos de viagem, se eles estiverem se concentrando em algo —qualquer tipo de conteúdo — por muito tempo.

Além disso, a rede social está testando um novo centro educacional para pais e uma ferramenta que permite que eles vejam quanto tempo seus filhos passam no Instagram e estabeleçam limites de uso.

O Facebook tentou desacreditar Haugen e disse que o depoimento no Congresso e relatórios sobre os documentos descaracterizam as ações da empresa.

Mas o peso das divulgações de Haugen pressionou a companhia a repensar o lançamento de uma versão infantil do Instagram para crianças menores de 13 anos.

As divulgações também ajudaram a impulsionar uma série de audiências no Congresso sobre como os produtos de tecnologia impactam as crianças, apresentando executivos do Facebook, TikTok e a controladora do Snapchat, Snap, e agora, Instagram.

Em setembro, os legisladores realizaram uma audiência com a chefe de segurança global do Facebook, Antigone Davis, onde as autoridades a interrogaram sobre os efeitos do Instagram nas crianças.

Ainda que Davis tenha dito que a empresa estava “procurando maneiras de lançar mais pesquisas” — algo que, segundo ela, poderia dar uma imagem diferente à plataforma — foi criticada por não concordar em liberar mais informações internas sobre a rede social.

Membros do Congresso mostraram raro bipartidarismo ao criticarem empresas de tecnologia sobre o assunto. Alguns legisladores estão fazendo pressão por uma lei destinada a aumentar a privacidade online das crianças e reduzir a aparente dependência das várias plataformas. Apesar disso, não está claro quando ou se tal legislação será aprovada.

Fonte: CNN