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Fala Pescador: Presidente da Colônia Z-25 fala sobre as dificuldades e acertos na pesca

 

O quadro Fala Pescador desta semana conversa com Alan, presidente da Associação Z-25, do município de Caravelas, uma das colônias mais bem estruturadas do extremo sul da Bahia.

Na entrevista, Alan destaca alguns dos processos vividos pelos pescadores da região no atual momento do mundo como a pandemia, pagamento dos auxílios, contaminação de peixes, entre outros desafios.

Segundo explica o presidente da Colônia, o atual contexto tem mudado a vida dos trabalhadores com relação as saídas de barco, por exemplo, que por alguns meses foi vetado para conter o vírus, fato que ‘atrasou’ o ofício dos pescadores, além disso outras dificuldades foram sendo encontradas como o recebimento do auxílio emergencial para a classe, onde muitos não receberam e foram obrigados a buscar o sustento de outras maneiras.

“A pandemia foi algo que nos atrapalhou bastante, mesmo que a vida do pescador já vem sendo mudada desde a contaminação de óleo pela costa brasileira, a pandemia com certeza reforçou esse cenário, pois todos nós tivemos que nos readaptar e como vivemos de pesca e venda de mercadorias, fomos severamente atingidos”.

Outro fator decisivo foi a questão do pagamento dos auxílios emergenciais e/ou antigo bolsa família, que devido a demanda de pessoas para receber nos anos de 2020 e 2021, muitos trabalhadores ficaram de fora do benefício, mesmo comprovando a necessidade de receber para levar o sustento para as famílias.

As dificuldades dos pescadores da costa brasileira não pararam por aí, Alan conta que um dos fatores que mais atrapalharam a vida dos trabalhadores da pesca, foi o vazamento de óleo do navio Grego no ano de 2019, pois depois desta tragédia natural, três casos de contaminação na Bahia e nordeste foram registrados, conhecido como “urina preta”, a doença tem causa imediata praticamente e leva as vítimas a morte como facilidade.

“Essa questão da “urina preta” é complicada, porque não aconteceu aqui na nossa região, mas muitas pessoas ficam com medo achando que todos os peixes estão contaminados ou que vão as fazer morrer e isso fez com que a venda de peixe e frutos do mar caísse significativamente”.

O presidente da Associação Z-25 também falou sobre as questões climáticas, como isso tem afetado a vida dos pescadores ao redor do mundo. “Aqui no Brasil passamos recentemente por um momento de chuvas fortes e que no município de Caravelas ocasionou a morte de um casal que saiu para trabalhar e não voltou mais”.

“A família saiu para pecar como fez a vida inteira praticamente, mas devido as chuvas eles não resistiram e somente um corpo foi encontrado e o outro seguiu no mar. Isso é muito triste para nós, pois trabalhamos com isso e acaba que criamos um medo do Mar”.

A cultura e trabalho dos pescadores do extremo sul da Bahia é uma rica herança para o nosso povo, ouvir e conhecer histórias inspiradoras de luta e vitórias dos ‘homens do mar’, é um ganho imensurável para a região, por isso o nosso enorme respeito a todos que arriscam suas vidas para trazer alimento as pessoas em terra firme.

 

// Reportagem Beto Ramos

Redação Onda Verde