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ONU adota estrutura para medir impacto do feminicídio

 

A Comissão de Estatística da ONU adotou uma nova estrutura global para medir assassinatos de mulheres e meninas relacionados ao gênero.

A estrutura desenvolvida pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, e pela ONU Mulheres permitirá “uma avaliação mais precisa do feminicídio e dos fatores de risco mundiais associados à violência ao grupo.

Feminicídio

Segundo a Comissão, embora o feminicídio seja reportado em todas as regiões do mundo, ainda não havia sido criada uma abordagem estatística global ou regional para definir e produzir métricas relevantes sobre o crime.

A diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, afirma que ao fornecer uma definição global para feminicídio, a nova estrutura estatística pode ajudar a garantir que as vítimas sejam reconhecidas de forma correta e que a justiça possa ser feita.

Para ela, com informações mais precisas, os países podem adaptar melhor os esforços para prevenir e acabar com os assassinatos de mulheres e meninas motivados por gênero.

A líder da ONU Mulheres, Sima Bahous, também afirma que a falta de evidências tem sido um obstáculo para enfrentar “uma das formas mais extremas de violência contra as mulheres.”

Ela explica que a implementação do quadro levantará dados nacionais comparáveis ​​e estimativas globais e regionais que podem ajudar a monitorar o progresso e tomar medidas decisivas para acabar com os assassinatos de mulheres e meninas relacionados ao gênero.

Conceitos

Segundo a Comissão de Estatística da ONU, além da definição estatística de feminicídio, a estrutura também lista características que definem a motivação relacionada ao gênero dos assassinatos.

Essas causas podem incluir a relação entre agressor e vítima do sexo feminino ou uma experiência repetida de violência de gênero pela vítima.

As características são definidas em escala global para garantir que os dados sobre feminicídios sejam comparáveis ​​entre os países, independentemente das legislações nacionais específicas existentes que às vezes fornecem definições diferentes desses delitos.

Segundo os dados da Comissão, em 2020, cerca de 47 mil mulheres e meninas foram mortas por seus parceiros íntimos ou outros familiares em todo o mundo.

O escritório esclarece que, quando a nova estrutura for implementada, será possível fornecer números mais abrangentes sobre assassinatos de mulheres e meninas relacionados ao gênero. Outra expectativa é que aumentem as informações sobre o contexto desses crimes.

 

// ONU News