Os danos à saúde provocados pelo tabagismo são amplamente conhecidos pela comunidade médica. Além de contribuir para o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer, o fumo está associado a diferentes doenças crônicas e enfermidades como tuberculose, infecções respiratórias, impotência sexual e infertilidade.
Com diferentes essências e sabores e uma aparência mais inofensiva que o tabaco comum, o cigarro eletrônico pode provocar consequências tão nocivas quanto o cigarro, incluindo doenças pulmonares e cardiovasculares e câncer. O alerta foi feito pelo neurocirurgião Fernando Gomes na edição desta terça-feira (29) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia.
A praticidade e aparência tecnológica do cigarro eletrônico tem sido atrativos especialmente entre os jovens. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os dispositivos eletrônicos não são seguros e possuem substâncias tóxicas além da nicotina. O cigarro eletrônico pode causar doenças respiratórias, como o enfisema pulmonar, doenças cardiovasculares, dermatite e câncer.
“Ele tem substâncias que atuam no tecido cerebral, uma delas acaba sendo também a nicotina, entre outras. Nós sabemos que quando você interfere no funcionamento das sinapses, que são comunicações que existem entre os neurônios, você pode deflagrar determinada liberação de neurotransmissores como por exemplo dopamina e, com isso, você tem uma sensação agradável naquele momento”, explica Gomes.
Segundo o neurocirurgião, a sensação de prazer despertada pelo cigarro eletrônico em um contexto de descontração pode tornar difícil o abandono do hábito. “A cada momento que existe uma inalação e aquela sensação pode ser traduzida em alguma coisa agradável, o circuito de recompensa cerebral é acionado. Então, você tem uma dependência estabelecida”, afirma.
O especialista explica que o uso de cigarro eletrônico afeta diretamente o sistema límbico, estrutura cerebral relacionada com as emoções humanas. Durante o fumo, são acionadas diferentes respostas fisiológicas no organismo, podendo levar a um aumento das frequências cardíaca e respiratória, a dilatação das pupilas e sensação de ansiedade.
// CNN Brasil