Os casos de sarampo em todo o mundo aumentaram 79% em janeiro e fevereiro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021. O alerta foi feito esta quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde, OMS, e pelo Fundo da ONU para a Infância, Unicef.
As agências destacam que este é “um sinal preocupante do aumento do risco de doenças que podem ser prevenidas com vacinas”, além da possibilidade do “surgimento de surtos, especialmente quando milhões de crianças foram infectadas pelo sarampo em 2022”.
África e Mediterrâneo
OMS e Unicef notam que a pandemia de Covid-19 está relacionada à situação, uma vez que aumentaram as desigualdades de acesso à imunização de rotina. Com isso, muitas crianças ficaram sem proteção contra o sarampo e outras doenças.
Até este mês, as agências da ONU registraram 21 grandes surtos de sarampo no mundo. A maioria na África e na região leste do Mediterrâneo. Os cinco países com mais casos são: Somália, Iêmen, Afeganistão, Nigéria e Etiópia.
Consequências para a imunidade
A OMS e o Unicef afirmam que os números reais podem ser muito mais altos, já que a pandemia também prejudicou os sistemas de vigilância e controle globais. Foram mais de 17,3 mil casos de sarampo registrados no mundo nos meses de janeiro e fevereiro, comparados com 9,6 mil no mesmo período do ano passado.
O sarampo é altamente contagioso e por isso, os casos aumentam rapidamente quando o nível de vacinação diminui. As agências lembram que a doença pode ser fatal, enfraquecendo o sistema imunológico e deixando os pacientes mais suscetíveis a outras doenças como pneumonia e diarreia, até mesmo meses depois da infecção. Somente em 2020, 23 milhões de crianças ficaram sem receber vacinas básicas, o maior número desde 2009.
// ONU News