A palavra “vinho” é uma das mais buscadas no Mercado Livre desde abril deste ano, segundo dados recém-divulgados pela empresa.
Já outra pesquisa realizada pelo clube de assinatura Wine, em parceria com a MindMiners, mostra que a bebida é a atual preferida de 49% dos brasileiros e que, 43% deles, escolhem o vinho para um jantar especial ou quando recebem convidados em casa.
Claro que o interesse está diretamente associado à queda de temperatura que, consequentemente, é o período em que costumamos aumentar os encontros em casa. Mas o que faz a combinação entre frio e vinho ser tão harmoniosa?
Primeiro, vale lembrar que o álcool é vasodilatador, o que tem um efeito no corpo mais, digamos, “reconfortante” em relação ao frio. Por isso, há o aumento no consumo de bebidas alcoólicas em geral. Não é à toa que países como Escócia, República Tcheca ou Rússia, que têm invernos rigorosíssimos, estão entre os maiores consumidores do mundo.
E não só nos dias mais frios, claro. O clima intimista “forçado” durante os primeiros anos da pandemia da Covid-19 foram extremamente convidativos ao vinho – as assinaturas dos clubes de vinhos dispararam nesse período.
Outra explicação – e talvez a mais provável delas – é que, com as temperaturas mais baixas, buscamos um certo alento que o vinho, assim como a comida, proporcionam. No inverno, nosso corpo pede uma dose extra de roupas, mas também de garfadas e – por que não dizer – de bebidas que ajudam a aquecer e aconchegar.
Quais vinhos escolher no inverno?
Não dá para negar que os tintos cumprem esse papel melhor que qualquer outro estilo de vinho: além de geralmente apresentarem maior graduação alcoólica, podem ser consumidos em uma temperatura um pouco mais alta, geralmente entre 16 e 18 graus.
O corpo do vinho também vai influenciar na sensação de aquecimento. Por isso, é natural que os vinhos argentinos da uva Malbec e Syrah e chilenos da uva Cabernet Sauvignon estejam liderando as buscas no Mercado Livre. Outras excelentes opções que seguem a mesma linha são uvas como a Tannat, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot e a Tempranillo.
Mas calma, se sua preferência não é pelos tintos, nem tudo está perdido. É possível se deixar abraçar por outros estilos de vinho no inverno que carregam iguais características de opulência, principalmente se acompanhados de um bom prato.
Harmonizações clássicas para o frio
Fondue de queijo
Há muitas formas de preparar a fondue de queijo e o vinho deve ser escolhido de acordo com a intensidade final de sabor do prato. Mas, de modo geral, brancos com boa acidez e alguma untuosidade, como um Chardonnay, ou tintos mais leves e frescos, como Gamay e Pinot Noir, vão ajudar a limpar o paladar da gordura do queijo.
Pizza marguerita
Na pizza destaca-se não somente o queijo, mas também a acidez do molho de tomate e o manjericão. Vinhos mais frutados com algum toque herbáceo, como um chianti, vão complementar os sabores sem sobressair à delicadeza dos ingredientes da pizza.
Risoto com funghi (cogumelos)
A harmonização por similaridade é um clássico aqui: vinhos que trazem notas mais terrosas, como Syrah e Pinot Noir, vão ressaltar o sabor do prato.
Polenta com ragu de carne
As possibilidades são amplas: desde um Jerez Oloroso a um tinto sem passagem por barrica e com boa acidez, como um Barbera ou Merlot, podem ser suficientemente delicados para a polenta, mas ainda fazer frente à intensidade de sabor da carne.
Feijoada
Com alta intensidade de sabor e gordura, o prato queridinho dos brasileiros pede um vinho que tenha estrutura equivalente. Funciona bem aqui tanto um Tannat quanto um Lambrusco com bom corpo e acidez vibrante.
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