Aconteceu na última quinta-feira a estreia do filme ‘Bom dia, Krajcberg!’, lançado na pousada Cheiro de Mar, localizada em Nova Viçosa, cidade baiana que o artista viveu boa parte de sua vida no Brasil e onde construiu parte do museu contendo todo seu legado.

Kracjberg foi uma figura interessante aos olhos da população, que sempre mantiveram uma relação distante do artista, mesmo sabendo da magnitude do seu trabalho. Ele por sua vez era um artista metódico, que tinha como principal missão preservar a floresta, no sítio em que vivia.

No filme que documenta a vida dele, o mesmo fala como se sentia humilhado pelo governo estadual da Bahia, que ao menos o desejava um ‘bom dia’, daí vem o nome do filme, e o quanto se sentia frustrado pela desvalorização do seu trabalho, tendo em vista que tudo que foi construído foi de forma totalmente independente.

Um dos principais temas abordados no documentário, foi a luta que o artista travou para que a construção do seu museu fosse concluída com ajuda do estado, que não ocorreu e nos últimos anos de vida, as afirmações de que não queria que suas obras fossem tiradas de sua casa, em Nova Viçosa.

Assim que o artista veio a falecer, uma ‘guerra’ iniciou pois o governo do estado não respeitou seu pedido em testamento e levou parte de suas obras para Salvador e para São Paulo, além dos moradores e comerciantes de Nova Viçosa começaram a exigir que as obras não fossem retiradas do município levando o legado do artista e também o patrimônio histórico e cultural do local, tendo em vista de Frans Kracjberg é de Nova Viçosa, logo faz parte da história.

Um filme comovente que detalha um pouco como era o artista, suas lutas, vitórias, frustrações e principalmente, coloca Frans no lugar de ser humano, que tinha as mesmas aflições que qualquer pessoa. O filme para aproximá-lo das pessoas que já tinham admiração e também daquelas que não o conheciam.

Com direção assinada por Renata Rocha, que é também biógrafa oficial do artista, e pelo próprio Krajcberg, o documentário com 1h 25min de duração é fruto da seleção de um imenso acervo de gravações feitas pela dupla no Sítio Natura, em Nova Viçosa, local para o qual o Frans se mudou em 1972 e permaneceu até o final da vida. Gravadas entre 2008 e 2017, as imagens – que contam com áudios originais e trazem ensinamentos do artista sobre a exploração de elementos da natureza – foram registradas durante as expedições diárias que fazia ao lado de Renata, companheira e aprendiz com quem conviveu até os últimos momentos.

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