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Mundo atinge recorde de 214 milhões de toneladas de alimentos retirados da água

 

A produção global de pesca e a aquicultura atingiram um recorde de cerca de 214 milhões de toneladas em 2020.

O setor desempenhará um papel cada vez mais importante no fornecimento de alimentos e nutrição, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO.

Medidas

Na Conferência dos Oceanos, em Lisboa, a agência lançou o relatório Situação Mundial da Pesca e da Aquicultura. O diretor da Divisão de Pesca da FAO, Manuel Barange, falou à ONU News após lançar o estudo e resumiu o cenário global.

Ele lembrou que o mundo tem 811 milhões de pessoas sem poder ter alimentos e que a produção de comida, pelo ecossistema aquático, é uma parte da solução do problema da fome. Manuel Barange disse que ações para tornar o setor mais sustentável, que sejam definidas de forma muito clara, são essenciais e devem ser implementadas de imediato.

O representante destacou ainda que a sustentabilidade na pesca é agora menor se comparada ao ano anterior, mas a melhora ocorre em escalão de pescas de grande porte. Por isso, considera que devem ser geridos os recursos pesqueiros em 100%. Somente se isso acontecer, “o mundo continuará com alimentos provenientes dos cursos de água”.

Transformação

A comissária da União Africana para a Agricultura e Economia Rural, Josefa Correia, falou à ONU News sobre a estratégia africana para impulsionar a economia azul. Por ano, a região perde US$ 24 bilhões com ações ilegais no setor e ganha US$ 22 milhões.

A caminho da COP27 do Egito, as ambições incluem aproveitar o máximo rumo à transformação do atual cenário alimentar com o setor.

“Nós não estamos a aproveitar os dividendos desse setor, quando poderia muito bem contribuir na parte da segurança alimentar, porque o continente está mesmo a atravessar uma crise muito grande da parte da agricultura a alterações climáticas. Estamos a ter choques em conflitos armados. Temos problemas na segurança e fomos ultimamente impactados pela pandemia. São esses choques que desaceleram o nosso crescimento. Estávamos a ter ritmos de crescimento e segurança alimentar bastante importantes, mas nos últimos cinco anos estamos a retroceder, incluindo devido à guerra da Ucrânia.”

Do total de 214 milhões de toneladas alimentos capturados no tipo de produção, 178 milhões de toneladas foram em meio aquático e 36 milhões de toneladas de algas.

A agência recomenda que para uma transformação em duração à economia azul haja um compromisso dos setores público e privado para se alcançar a Agenda 2030, principalmente após os efeitos da pandemia.

O Covid-19 reverteu as tendências anteriormente favoráveis em todo o mundo na produção meio aquático.

Produção aquícola

O estudo destaca que a aquicultura tem um grande potencial para alimentar e nutrir a crescente população mundial, carecendo de um crescimento sustentável. Em 2020, a produção aquícola global atingiu um recorde de 122,6 milhões de toneladas.

África foi exceção em nível global na produção aquícola devido à queda nos dois principais países produtores, Egito e Nigéria.

O documento analisa ainda a situação dos estoques mundiais, bem como as tendências da pesca e da aquicultura, inclusive em nível regional.

O foco na chamada transformação azul destaca o aumento do potencial dos sistemas alimentares subaquáticos para que se possa alimentar a crescente população mundial de uma forma sustentável.

 

// ONU News