As fortes chuvas que atingiram o Espírito Santo já trazem impactos à oferta de alimentos na Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ce
O fornecimento de alho, por exemplo, sofreu com uma redução de 91% desde o fim de novembro. No último dia 25, 47 mil toneladas eram oferecidas, uma semana depois, apenas 4 mil quilos do produto estavam disponíveis.
No mesmo período também foram registradas quedas no abastecimento do morango, que teve uma diminuição de 67%, da beterraba, com uma queda de 62%, e do tomate, que sofreu uma baixa de 24%.
asa-ES). De uma semana para a outra, houve uma queda de 16% no número no total de mercadorias ofertadas, isso representa 200 toneladas a menos de produtos.
O lavrador Jederson Boone relatou que o grande volume de chuva prejudicou a produção dos alimentos, que acabam perdidos.
“Essa grande chuva está estragando muitas verduras na roça. Muitas coisas que são de debaixo da terra estão apodrecendo por excesso de água“, disse.
Além das chuvas, a interdição de estradas também tem um papel relevante na redução do abastecimento. O comerciante Jocimar Gatti, que trabalha com melancias, contou que as interdições causam dificuldades no abastecimento por conta dos prejuízos nas estradas. “Muita chuva, estrada ruim, buraco, barreira em estrada, o acesso fica difícil”.
Com menos produtos disponíveis, preços aumentam
Com abastecimento, de modo geral, prejudicado, os consumidores devem se deparar com os preços mais elevados nas feiras, supermercados e hortifrútis.
Por conta das chuvas, alguns caminhoneiros precisam mudar a rota de entrega, o que encarece o frete e, consequentemente, o produto, como explicou o empresário Jackson Ferreira.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), Jorge Silva, lembrou que as hortaliças são os itens mais prejudicados na produção neste período.
As granjas, segundo ele, também foram impactadas, o que traz um grande prejuízo para a economia capixaba, já que o Espírito Santo é um dos maiores produtores de ovos e carnes de aves no Brasil.
Atualmente, a Ceasa-ES conta com mais de três mil produtores cadastrados, a maioria deles, vem de Santa Maria de Jetibá, região fortemente afetada pelas chuvas.
“Eles não conseguiam passar, porque indo para Santa Leopoldina tinha muita água, então muitos não conseguiam chegar para fazer a distribuição dos produtos”, contou José Mansur, diretor técnico da Ceasa-ES.
Ainda de acordo com Mansur, os produtos que estão mais caros devem ter uma queda no preço nos próximos dias. “Chegou menos, aumenta um pouco o preço. Como está voltando ao normal, o preço também fica normalizado”, afirmou.
//Folha Vitória