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Mortes relacionadas ao abuso de álcool aumentam 24%

 

A incidência de mortes relacionadas ao uso abusivo de bebidas alcoólicas aumentou no Brasil, assim como o consumo delas durante a pandemia da Covid-19. É o que mostram os dados do relatório “Panorama 2022: o álcool e a saúde dos brasileiros”, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).

Com base em informações do Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), o Cisa compilou casos relacionados a doenças e agravos à saúde oriundos de danos causados pela substância no organismo, como cirrose hepática, transtornos mentais e comportamentais, doença cardíaca hipertensiva e doença cardíaca isquêmica.

Entre 2019 e 2020, os óbitos totalmente atribuíveis ao álcool subiram de 6.594 para 8.169, o que dá uma alta de 24%. Já as mortes parcialmente atribuíveis, incluindo acidentes de trânsito e outras situações de violência interpessoal, aumentaram em 1%: de 65.927 para 66.593.

Por outro lado, as internações hospitalares por estas mesmas causas e por outras igualmente relacionadas ao álcool, como lesões não intencionais, queda e doenças respiratórias inferiores tiveram uma diminuição no mesmo período, por força das restrições e dos desdobramentos da pandemia de Covid-19.

As internações totalmente atribuíveis caíram de 50.704 para 43.208, equivalente a 15%, enquanto as parcialmente atribuíveis foram de 357.883 para 328.310, o que soma 8%.

A pesquisa reforça o alerta de especialistas para uma série de danos causados ao organismo pelo consumo excessivo de álcool, os quais podem ser observados a curto e a longo prazo.

“Primeiro, nota-se que o consumo constante de bebida alcoólica pode causar alterações significativas de humor, irritabilidade, impaciência e depressão. Além disso, é possível observar perda de memória, sonolência, aumento da pressão arterial, obesidade e risco de AVC”, afirma a professora Cláudia Mara de Oliveira Bezerra, preceptora do curso de Psicologia da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe).

Ela acrescenta que o uso excessivo do álcool, a longo prazo, pode acarretar em problemas gástricos, alterações hepáticas alcoólicas, desidratação, gordura no fígado, cirrose e cânceres.

Segundo dados do relatório “Vigitel Brasil 2006-2020: tabagismo e consumo abusivo de álcool”, publicado em 2022 pelo Ministério da Saúde, 20,9% dos adultos entrevistados pela pesquisa admitiram consumir mais quatro ou mais doses de bebidas alcoólicas em uma mesma ocasião.

 

//Folha Vitória