‘Fala Pescador’ retorna a temporada 2023 com a história de Buiu, pescador subaquático de Nova Viçosa
O querido quadro “Fala Pescador” do programa Onda Verde acaba de retornar para a temporada de 2023 e trazendo na bagagem boas e inspiradoras histórias de superação da comunidade pesqueira da Costa de Abrolhos.
A história de hoje é de um pescador de longa data e grandes feitos. Cristiano, morador do município de Nova Viçosa, popularmente conhecido como Buiu, compartilhou com a equipe de reportagem um pouco de sua trajetória na pesca esportiva.
Segundo conta, a história com a região começou de maneira inusitada, quando seu pai jogador de futebol do Bangu, time carioca, veio juntamente com a equipe comemorar uma vitória contra o Flamengo em Porto Seguro e praticar a pesca subaquática, que era a diversão do time.
Ao embarcar no barco para mais um dia de pesca, a embarcação quebrou em alto mar, o que fez todos ficarem preocupados em como voltariam para terra firme. Foi então que uma outra embarcação vinda da Dinamarca que estava rodando o mundo, ofereceu ajuda aos jogadores, porém segundo contam, o barco não poderia deixá-los no local onde estavam hospedados, pois estavam descendo para Santa Catarina e a ‘costa’ mais próxima era coincidentemente a cidade de Nova Viçosa.
Ao chegarem como uma comitiva, a pequena cidade se impressionou com a presença de jogadores na época conhecido, convidando-os para ficar uma semana pescando e descansando. O pai de Buiu ficou encantado com a receptividade e com as ótimas condições de pesca, fator que o fez ficar com aquela cidade em mente e no coração, com um desejo de voltar.
Anos após o episódio, a família de Buiu se mudou do Rio de Janeiro, para Porto Seguro, também sul do estado baiano, onde morou cerca de 10 anos e fez grandes amigos, gerou renda para a família e emprego ao administrar uma pousada. Em 1994, a família decide então se mudar de vez para o município de Nova Viçosa, onde começou a reconstruir a vida.
Cristiano por sua vez, que cresceu nesse trânsito, aos 6 anos começou a praticar a pesca subaquática e se apaixonou pelo esporte e criou a partir disso, uma forma de profissão, ensinando as pessoas que tinham curiosidade de mergulhar para conhecer os grandes recifes de corais que são característicos da região, além de poderem pescar, foram muitos anos vivendo envolvido com a sua grande paixão pelo mar.
A pesca subaquática por sua vez é descrita como a caça submarina, é uma atividade que envolve o uso de equipamentos simples, como arbaletes e arpões afiados, para capturar peixes embaixo d’água.
A modalidade de mergulho empregada na pesca sub é o mergulho livre, que é diferente do mergulho autônomo, já que nele não é utilizado nenhum equipamento que permita respirar embaixo d’água. Inclusive, é proibido o uso de equipamentos de respiração artificial durante qualquer tipo de pesca.
Segundo explica Buiu, hoje um dos maiores desafios encontrados para as pessoas que praticam a modalidade, é a falta de legislação que proteja o pescador/mergulhador no exercício do ofício.
“Outro ponto fundamental, é lembrar a todos que a pesca sub é uma pesca não predatória e seletiva, porque nela, o pescador precisa escolher o peixe que será retirado da natureza de maneira responsável, ao contrário das redes que capturam tudo que vê pela frente.” Afirma o pescador.
A pesca sub também é considerada a terceira modalidade mais perigosa do mundo, justamente por não terem grandes meios de ‘proteção’, tendo em vista que o pescador tem apenas o oxigênio dos pulmões para fazer o exercício e sendo imprescindível o respeito a essas regras, que segundo Cristiano é o que garante a pesca justa com a natureza e com as espécies.
Hoje Cristiano, Buiu também é presidente da ACE de Nova Viçosa, onde contribui com a comunidade encontrando formas da cidade prosperar através do comercio local, além de poder manter viva sua paixão e contribuição ao esporte que reúne pessoas do Brasil e do mundo inteiro.
//Reportagem Selton Canhestro
Redação Onda Verde