O quadro Fala Pescador desta semana, traz como destaque Manoel Fontoura dos Santos, conhecido popularmente como Dada, mais uma figura antiga na cultura pesqueira do município. Filho de Mucuri, seu amor e respeito pelas águas e pela pesca começou ainda criança, aos oito anos.
“Os tempos mudaram e com ele tudo que envolve a pesca também”, foi o que explicou Manoel contando como era a vida pesqueira em seu tempo.
“Antigamente a gente pescava de canoa, era a forma mais comum, tinham canoas grandes que levavam até três pessoas, assim como as pequenas embarcações a vela, que as famílias de pescadores tinham para usar”.
Justamente por ser uma cidade pequena e de acesso remoto, as aventuras eram constantes, viajando cerca de 5 milhas (8,05 km) mar adentro para trazer o pescado e muitas vezes passavam dias no mar sem notícias da terra, além dos imprevistos comuns como a mudança de tempo. A forma pescar mudou no decorrer dos anos, segundo contou Manoel, não era com varas e sim no “tucum”, ferramenta usada para praticar a pesca.
Outro ponto importante de ressaltar, é que a região não tinha essa extensa área urbanizada, carros, pessoas e tecnologia, o velho pescador lembra de um Mucuri ainda muito bem habitada pelos povos indígenas, que é de onde deriva a sua linhagem familiar.
“Eu sou praticamente da época dos”índios”, eram basicamente as famílias que habitavam a região e na minha visão era bem melhor, uma cidade mais fresca, tranquila e alegre, porque Mucuri veio ser isso que é hoje depois que a Bahia Sul veio para cá, entes era bem diferente” conta.
A dinâmica da cidade era outra, as famílias tinham acesso a maneiras mais simples de trocar em feiras e comércios locais.
Uma curiosidade é que Seu Manoel conta que foi assim que conheceu a sua primeira e única mulher, dona Madalena Pereira, com quem teve cinco filhos e partilha a vida até hoje.
“Antigamente Mucuri era pequeno mesmo, todo mundo se conhecia, não tinha tudo isso que tem hoje, então até para namorar era assim, as pessoas já conheciam as famílias, das pretendentes, da rua, das feiras, e tinha que ter muito respeito e amor para não arranjar problemas com ninguém”.
A Mucuri de anos atrás, onde não existia essa extensa área urbanizada, carros, pessoas e tecnologia, o velho pescador lembra de uma cidade habitada pelos povos indígenas, que é de onde deriva a sua linhagem familiar.
“Eu sou praticamente da época dos índios, eram basicamente as famílias que habitavam a região e na minha visão era bem melhor, uma cidade mais fresca, tranquila e alegre, porque Mucuri veio ser isso que é hoje depois que a Bahia Sul veio para cá, entes era bem diferente” conta seu Dada.
No auge de seus 76 anos, Manoel Fontoura, conhecido por Dada, e de muitas histórias para contas, o pescador compartilha informações valiosas e atemporais que são patrimônios culturais dessa rica terra.
A redação Onda Verde agradece a disponibilidade e o compartilhar de histórias que envolvem, os homens do mar e filhos da terra.
//Reportagem Beto Ramos
Redação Onda Verde