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Fala Pescador: Maria de Lourdes marisqueira do município compartilha um pouco de suas histórias

 

O quadro Fala Pescador desta semana traz a história de Maria de Lourdes de Souza Conceição, ou dona Maria, como ficou popularmente conhecida no porto e pelas pessoas que a conhecem.

Dona Maria é uma filha nata das terras mucurienses, onde cresceu e criou todos seus filhos trabalhando como marisqueira, profissão que a possibilitou trabalhar com diferentes pescadores, conquistar o respeito da classe e o reconhecimento pelos seus 16 anos de trabalho.

Aos 63 anos e três filhos, sendo dois vivos, a jovem senhora reconhece o quanto trabalhou para ter tudo que tem, se declarando uma mulher de fé como gosta de se definir.

A marisqueira conta que atualmente se encontra aposentada devido à pneumonia que contraiu através da Covid-19 em 2020 e até hoje luta contra as sequelas que ficaram em seu organismo como uma bronquite que a fez parar totalmente de trabalhar.

“Na época, quando fiquei doente, foi um sufoco, porque fui até o presidente da colônia aqui de Mucuri ver as minhas condições de trabalho e maneiras de me aposentar o mais ligeiro possível e ainda faltavam cinco anos de contribuição para eu poder dar entrada no INSS, mas eu não tinha como trabalhar mais, então eu entreguei nas mãos de Deus e confiei” conta Maria.

Em todos esses anos de trabalho servidos à Mucuri, pois muito dos peixes e frutos-do-mar que chegam à mesa dos moradores passam pelos cuidados das marisqueiras, dona Maria pode trabalhar com diferentes pescadores, tendo Ninito como seu principal parceiro.

Muitos se perguntam o que de fato faz uma pessoa que trabalha como marisqueira, esses profissionais acumulam funções como limpar peixes e camarões para a venda ser efetiva.

“O nosso trabalho não é mole não, a labuta não é fácil, mas mesmo assim a gente faz por que precisa e também porque gosta, a verdade é que é um misto das duas coisas. O lado ruim é que se a gente limpar dez quilos de peixe, é o dinheiro que leva para casa, agora se trabalhar mais ou menos, o pagamento é proporcional, fazendo a gente muitas vezes precisar trabalhar mais que deveria”.

Com todas as histórias que dona Maria tem para contar, ela ressalta que seu amor pelo município e sua vontade de se manter aqui para estar próxima da família.

 

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//Redação Onda Verde
Reportagem Beto Ramos